Governo reabre investigação sobre a morte de Juscelino Kubitschek

O governo Lula, em parceria com a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), decidiu reabrir a investigação sobre o acidente que levou à morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek em 1976. A decisão será debatida em uma reunião da comissão nesta sexta-feira (14), no Recife, com o apoio da presidente da CEMDP, Eugênia Gonzaga, e de outros membros.

O caso, marcado por controvérsias desde a ditadura militar, busca esclarecer as circunstâncias do acidente ocorrido na Via Dutra, quando o Opala em que JK viajava colidiu com uma carreta. A versão oficial, defendida pelo regime militar e reafirmada pela Comissão Nacional da Verdade em 2014, indicava que o carro foi atingido por um ônibus antes da colisão fatal. No entanto, um inquérito conduzido entre 2013 e 2019 pelo procurador Paulo Sérgio Ferreira Filho não encontrou evidências dessa colisão, levantando dúvidas sobre a possibilidade de um atentado político.

A nova análise do caso se baseia em um laudo do engenheiro Sérgio Ejzenberg, que em 2019 contestou a versão oficial, apontando falhas como a destruição do veículo e a ausência de exames toxicológicos. Embora existam hipóteses de sabotagem mecânica ou atentado, a reabertura da investigação não tem como objetivo conceder indenizações, mas sim esclarecer os fatos históricos.

A figura de JK como opositor à ditadura militar reforça as especulações sobre a motivação do acidente. Com a reabertura do caso, a CEMDP espera aprofundar as investigações e trazer novas respostas sobre um dos episódios mais enigmáticos da história política brasileira.

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