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"Fadiga da quarentena" pode reduzir cuidados de prevenção e reduzir isolamento social

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"Fadiga da quarentena" pode reduzir cuidados de prevenção e reduzir isolamento social

Psicóloga explica que ser humano tende a diminuir inconscientemente as precauções após um longo período de alerta

Por CN com Assessoria de Comunicação

Resposta do cérebro faz as pessoas diminuírem os cuidados após longo período de alerta

Apesar do início de retomada, liberando o funcionamento de alguns estabelecimentos, Salvador ainda segue com recomendação de isolamento social. No entanto, é cada vez mais comum ver pessoas fazendo exercícios na orla, tomando banho de mar ou outras atividades que furam a quarentena. Apesar do risco, essa atitude tem uma justificativa. De acordo com especialistas, após um longo período de tensão, o subconsciente do ser humano começa a relaxar e deixar de entender aquela situação como perigosa.

"Essa é uma resposta do cérebro para o estado de alerta prolongado. No início temos muitos cuidados, mas com o tempo, o cérebro deixa de interpretar como um alerta real, e sim, como algo simulado, então diminui a tensão e a pessoa acaba não se cuidando como antes, deixando de higienizar com tanta atenção o que compra, de lavar as mãos com tanta frequência, usar álcool gel e máscara e, em última instância, reduzindo o isolamento social", explica a psicóloga da S.O.S. Vida, Cláudia Cruz.

No início da crise, o medo serve como alerta para ativar defesas para se proteger, o que levou à adesão maior das medidas de prevenção, mas como o período de quarentena foi prolongado, há um desgaste natural, fazendo com que as pessoas inconscientemente flexibilizem alguns cuidados.

A vendedora Poliana Araújo, que no início não saía de casa e seguia todos os protocolos, com o tempo foi relaxando. "Eu continuo usando a máscara e me policiando para manter todos cuidados, mas depois foi se tornando mais difícil manter as rotinas preventivas. Ainda faço, mas de forma mais branda e despreocupada", conta.

Negação - Além do cansaço das restrições impostas pela pandemia, algumas pessoas tentam fugir da realidade, negando o perigo. "Cada pessoa reage de uma forma frente a uma ameaça. Enquanto alguns ficam em alerta diante do medo, outros ativam defesas psíquicas de fuga, que fazem com que eles neguem a realidade e se coloquem em situação de risco", acrescenta a psicóloga.

O infectologista Matheus Todt explicou que essa atitude é arriscada, já que apesar do Plano de Retomada ainda não é o momento de reduzir o isolamento. "Toda vez que flexibiliza antes do momento, adia mais para frente o retorno à normalidade. Portanto, o isolamento social ainda é uma medida extremamente necessária, é o que altera a mortalidade dos pacientes, pois permite que as pessoas se contaminem mais lentamente e que tenha assistência adequada", pontua.

Cuidados - Para mitigar o impacto emocional, Cláudia Cruz orienta que as pessoas busquem informações confiáveis, que ajudam a orientar como proceder e se manter seguro, mas com cuidado para evitar notícias falsas ou para sobrecarga de informação que podem gerar pânico. Também é recomendável ter atenção à saúde física com alongamento, alimentação saudável, exercícios físicos. Esses hábitos contribuem para o equilíbrio emocional e para ativar respostas de resiliência e paciência, fazendo com que as pessoas suportem por mais tempo os impactos da pandemia.

Para diminuir o estresse do isolamento, também é possível buscar outras formas de manter contato social, interagindo com amigos e familiares remotamente, já que a ausência da experiência social pode causar sofrimento psíquico. Por fim, a psicóloga aconselha buscar atividades de entretenimento que geram prazer, usando a criatividade para estabelecer novas rotinas positivas e com momentos alegres.

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