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Mulher flagrada fazendo sexo com sem-teto no DF fala pela primeira vez: 'Me sinto dilacerada'

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Mulher flagrada fazendo sexo com sem-teto no DF fala pela primeira vez: 'Me sinto dilacerada'

Sandra Mara Fernandes foi internada em clínica após caso, que ganhou repercussão nacional.

Por G1

Em rede social, Sandra Mara agradeceu ao marido pelo apoio após o ocorrido — (Foto: Reprodução/Instagram)

A mulher flagrada pelo marido fazendo sexo com um morador de rua, em Planaltina, no Distrito Federal, falou pela primeira vez sobre o ocorrido, nesta quarta-feira (27). O caso ocorreu no mês passado e ganhou repercussão nacional. Em uma rede social, Sandra Maria Fernandes escreveu que viveu momentos difíceis.

"Passei por dias muito difíceis, nunca me imaginei naquela situação. Eu me sinto profundamente dilacerada pelo ocorrido", afirma.

Sandra Mara diz que teve um surto e que vai procurar por Justiça por "ter sido usada como objeto de prazer durante delírios e alucinações que confundiram minha mente e me colocaram num contexto nojento e sórdido".

Em 9 de março, o marido de Sandra, o personal trainer Eduardo Alves, de 31 anos, foi filmado agredindo o sem-teto Givaldo Alves, de 48 anos, após flagrá-lo com Sandra dentro do carro da família.

À polícia, o personal trainer disse na época que pensou que a esposa estivesse sendo estuprada. Também contou que ela enfrentava "problemas psicológicos". Após o ocorrido, a mulher foi levada a uma instituição de saúde, onde passou por tratamento médico.

Após a confusão, Givaldo recebeu atendimento no Hospital Regional de Planaltina. Ele alegou que não conhecia a mulher e que não sabia que ela era casa. Também negou qualquer possibilidade de violência sexual. Em depoimento à polícia, o sem-teto disse que foi abordado por Sandra e que ela o chamou "para brincar".

Em áudios gravados pela própria mulher e que circularam na internet à época do caso, ela contou que manteve relações sexuais consensuais com Givaldo. Sandra disse que enxergou Deus e o próprio marido no homem.

Surto e humilhação

No post, Sandra diz ter sido vítima de humilhação após a repercussão do caso: "Fui taxada como uma mulher qualquer, uma mulher promíscua, uma mulher com fetiche, uma traidora".

"Eu sempre soube que vivemos numa sociedade desigual, mas eu não escolhi ter um surto, eu não escolhi ter sido humilhada, eu não escolhi ter minha vida exposta e devastada!", escreveu.

Ela também agradece ao marido, aos familiares e aos profissionais de saúde que trabalharam do tratamento.

"Agradeço ao meu esposo por tudo que ele fez por mim. Ele me defendeu durante e depois do ocorrido, pois sabe que em condições normais eu jamais teria permitido passar por aquilo."

Investigação do caso

As imagens das câmeras de segurança mostram que, no dia do flagra, Eduardo arrancou o sem-teto Givaldo Alves de dentro do veículo e o agrediu. No vídeo é possível ver que, depois de apanhar, o morador de rua saiu correndo. A mulher ficou na calçada e chegou a cair no chão, de joelhos, junto ao marido.

À época, Givaldo afirmou que entrou no automóvel e, enquanto estava nu, tendo relações sexuais com a mulher, Eduardo invadiu o veículo e "uma briga começou".

Em um áudio que circulou na época em que o caso foi tornado público, Sandra afirmou: "Eu não conseguia nem falar e nem abrir meus olhos. Meu coração estava acelerado, mas eu não conseguia sentir ódio do homem que fez isso comigo porque eu só enxergava Deus nele. Eu só enxergava Deus. Não sei explicar".

A 16ª Delegacia de Polícia, de Planaltina, abriu investigação para apurar o caso. 

O que diz a mulher

Veja, abaixo, a íntegra do texto publicado por Sandra:

"Olá me chamo SANDRA MARA FERNANDES , sou a mãe da [...] e a esposa do @eduardoalvestrainer . Venho através dessa postagem agradecer as pessoas que se levantaram para me defender quando eu não tinha condições.

Passei por dias muito difíceis, nunca me imaginei naquela situação. Eu me sinto profundamente dilacerada pelo ocorrido. Hoje eu tenho ciência de tudo o que foi dito enquanto eu estava internada e sendo cuidada por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e outros profissionais.

Fui VÍTIMA de chacotas, humilhações em rede nacional. Fui taxada como uma mulher qualquer , uma mulher promiscua , uma mulher com fetiches , uma traidora. E mais ofendida ainda por ter sido atacada por outras mulheres que entenderam que eu merecia o pior.

Eu sempre soube que vivemos numa sociedade desigual, mas eu NÃO escolhi ter um SURTO, eu NÃO escolhi ter sido HUMILHADA, eu NÃO escolhi ter minha vida EXPOSTA e DEVASTADA!

Então, na condição onde estive eu sei que tinha legitimo DIREITO de ser DEFENDIDA. Agradeço ao meu esposo por tudo que ele fez por mim. Ele me defendeu durante e depois do ocorrido, pois sabe que em condições normais eu jamais teria permitido passar por àquilo. Agradeço também ao meu pai, minha madrasta, meus irmãos e amigos , que me acolheram e ajudaram o Eduardo e a [...]. Sou profundamente grata aos profissionais que me ajudaram a compreender o que estava acontecendo quando eu já NÃO TINHA domínio da minha própria vida.

Hoje eu busco na JUSTIÇA os meus DIREITOS, pois nunca faltei com respeito com ninguém e não merecia ter sido tratada como uma qualquer, e , principalmente , ter sido usada como OBJETO de prazer durante DELÍRIOS e ALUCINAÇÕES que confundiram minha mente e me colocaram num contexto NOJENTO e SÓRDIDO. Sigo BATALHANDO, um dia de cada vez para retomar a minha existência e vou conseguir porque DEUS é maior e infinitamente bom!".

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