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Psicóloga perinatal esclarece sobre conflitos emocionais na gestação, no parto e puerpério

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Psicóloga perinatal esclarece sobre conflitos emocionais na gestação, no parto e puerpério

Psicóloga perinatal esclarece sobre conflitos emocionais na gestação, no parto e puerpério

Por Camaçari Notícias

Imagens felizes de mães com seus bebês no colo, outras brincando e sorrindo, ou até mesmo ensinando a criança a falar as primeiras palavras, demonstram um lado encantador do maternar. Porém, a maternidade real não se resume apenas a momentos angelicais, e não é um conto de fadas.

Muitas vezes romantizar a gestação, o parto, e o pós gestação dificulta o reconhecimento de um conjunto de emoções, sentimentos e dores que as mães enfrentam desde a concepção ao puerpério.

A psicóloga perinatal, Nicole Santos, tem se dedicado, principalmente no mês de maio, a luta pela conscientização sobre a saúde mental materna, como também questões que envolvem um nascimento do bebê, desde o processo da pré-concepção, durante a gestação, pós-parto e auxílio ao puerpério, e tudo que envolve o exercício parental, pai, mães e avós.

“Existem muitos fatores para o adoecimento psíquico, para o adoecimento das pessoas que gestam. Que pode começar antes mesmo da gestação, na concepção, porque o processo de tentar pode ocasionar alguns adoecimentos, e durante a gestação vários fatores contribuem com a depressão”, afirma Santos.

De acordo com Nicole, a mulher ao descobrir a gravidez inicia um processo mudanças emocionais, hormonais e no corpo. “Hoje a gente tem um olhar para esse adoecimento, por que as mulheres já viviam sobrecarregadas, hoje precisam lidar com a maternidade. É um momento muito difícil, que gera oscilações de humor, e em muitas mães o sentimento de culpa, por isso é importante falar sobre o assunto, para manter a sociedade em alerta a esses sintomas”, afirma explica.

Mães de colo vazio

Nicole Santos, com a colaboração de oito mulheres lançou, no início do mês de maio, o livro ‘Entre Nó(s) - Mães de Colo Vazio’, que reúne uma coletânea de histórias contadas por mãe que perderam suas crianças. “São histórias que trazem relatos dessas mães de colo vazios, mães que por muito tempo foram invisibilidades pela sociedade, que infelizmente ainda são, quando a gente fala de perdas gestacionais, pois a gente tende a não valorizar aquilo que não se veem”, frisa.

Esse mês também é dedicado a saúde mental das mães de colo vazios. “Estamos falando sobre a saúde mental dessas mães que muitas vezes não são colocadas no hall de mães. Tem a mãe que nunca conseguiu ter esse filho, então ela nunca conseguiu gestar; tem a mãe que gestou, mas por alguma intercorrência esse bebê não nasceu, ou não nasceu com vida; tem a mãe que não teve esse bebê, mas gestou outro e não quer dizer essa dor não esteja ali, existente”, afirma Nicole.

O livro tem o objetivo de discutir o tema a partir das experiências das nove mães de "anjos", como coloca a obra. Os relatos são exemplos de transformação, luta e resiliência dessas mulheres diante da dor que é a perda de uma criança.

O prefácio da obra é escrito pela psicóloga e doula, Flávia Ribeiro, que também vivenciou de perto a perda de algumas mães. “Quando essa perda é gestacional, o mundo tenta desvalidar, mas ela é viva, pois quando perdemos alguém, não perdemos apenas o convívio, mas também todo o imaginário, expectativas e sonhos”, conta Flávia no livro.

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