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Saúde
A cefaleia é uma queixa compartilhada por muitos, mas não deve ser encarada como algo habitual e rotineiro
Por: CN com Assessoria de Comunicação
É praticamente impossível encontrar alguém que nunca teve cefaleia na vida. Embora a chamada dor de cabeça não signifique um problema grave de saúde, é preciso ficar atento à sua intensidade e recorrência. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), 99% das mulheres e 94% dos homens enfrentam esse mal – principalmente na faixa etária entre 20 e 40 anos. Por causa disso, maio é o mês de conscientização sobre os tipos, sinais de alerta, diagnóstico precoce e tratamentos adequados.
Especialista em dor e neurologista do Hospital Mater Dei Salvador, Maria Clara Carvalho explica que os mais de 200 tipos de cefaleias são classificados conforme duas categorias: primárias; quando as dores de cabeça não são motivadas por outras doenças, e secundárias; que são causadas por condições sistemáticas, neurológicas ou subjacentes, como meningite, dengue e tumor cerebral.
"As três principais cefaleias primárias são a enxaqueca (migrânea), cujas características são predominantemente unilaterais e pulsáteis, associados a uma sensibilidade excessiva à luz (fotofobia) e sons (fonofobia), náuseas e vômitos. A tensional, que afeta mais a região frontal da cabeça e aperta normalmente no final do dia; e a cefaleia em salvas, que é uma dor muito forte. Mesmo de curta duração, em comparação com a migrânea, é tão intensa que faz o paciente querer bater a cabeça contra a parede", afirma.
A médica destaca que, apesar de não ser a mais comum, a enxaqueca é a doença neurológica e crônica que mais leva à procura por consulta médica. Prevalente entre as mulheres, uma vez que atinge três vezes mais o público feminino que o masculino, envolve predisposição genética. Com duração que pode variar de 4 a 72 horas, também costuma provocar tontura, tensão na musculatura do pescoço, sonolência e auras visuais, que são flashes brancos, perda parcial do campo visual ou sensação de vagalumes na visão.
Sinais de alerta e cuidados
A membra da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) enfatiza que a mudança de padrão da dor é o maior indício de que o quadro requer acompanhamento especializado. "Além dessa alteração, qualquer sintoma neurológico, a exemplo de fraqueza, dormência e perda de consciência, merece averiguação. As dores que aparecem a partir dos 50 anos, assim como na presença de patologias sistêmicas como câncer e doenças hematológicas (anemia, linfoma, mieloma e leucemia), também acendem o alerta", diz.
Por causa de interferências nas atividades diárias, muitas pessoas ainda recorrem à automedicação na tentativa de aliviar os efeitos. A neurologista adverte que tal prática é altamente perigosa, pois há o risco de agravamento do problema. "O uso de medicamentos não prescritos, fora a contribuição para cronificação da dor, pode resultar no desenvolvimento da cefaleia por abuso de analgésico", ressalta.
Segundo Maria Clara, o indicado é buscar ajuda profissional e focar na prevenção. No caso da enxaqueca, é importante evitar a perda de noites sono e ingestão de pouca água ao longo do dia, fazer atividade física e fugir de gatilhos como estresse, ansiedade e sedentarismo. Outra recomendação é a suspensão do consumo de alguns itens. Chocolate, frutas mais cítricas, condimentos presentes em salgadinhos e temperos prontos, alimentos gelados, industrializados e gordurosos estão entre eles.
Avaliação clínica
Investigar a localização da dor de cabeça, aliado a dados como histórico médico e sintomas atrelados, é fundamental para o diagnóstico de algo mais sério. Na maioria das vezes, as cefaleias são tratadas por neurologistas, que podem acionar especialistas de demais áreas a fim de traçar um plano de tratamento específico.
"Entre os critérios clínicos avaliados, levamos em conta a duração, intensidade e frequência da dor, se existe ou não um sinal de alarme e quais medicações o paciente costuma tomar para a sua melhora. A investigação tende a buscar a cefaleia primária e afastar as dores secundárias", pontua a especialista. Ela ainda acrescenta que no Hospital Mater Dei Salvador as equipes estão preparadas para a identificação de possíveis problemas e orientação de tratamentos que não são somente medicamentosos, mas que passam pelo cuidado com o bem-estar no geral.
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