Junho Laranja: campanha chama a atenção para a prevenção e diagnóstico precoce da leucemia e da anemia

Em busca de conscientizar a população sobre a importância da prevenção da leucemia e da anemia, a campanha Junho Laranja, criada pelo movimento Eu Sou Sangue, no ano de 2011, chama a atenção para o crescimento de casos das doenças no país nos últimos anos, reforçando a necessidade dos tratamentos preventivos e do diagnóstico precoce.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a leucemia ocupa a décima posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil e, entre os anos de 2023 e 2025, estão previstos mais de 11 mil novos casos da doença no país. O Instituto também aponta que na Região Nordeste a leucemia é o sexto câncer mais frequente em homens, cerca de 5,54 por 100 mil habitantes. Entre as mulheres, a doença ocupa a nona posição, com uma frequência de 5,08 a cada 100 mil habitantes.

Já a anemia, considerada um problema de saúde pública, tem acometido cerca de 30% da população do planeta, um total de 2,2 bilhões de pessoas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) de 2022 revelou que, aproximadamente, 3 milhões de crianças brasileiras menores de 5 anos foram diagnosticadas com a doença. A predominância também é expressiva em mulheres, cerca de 29,4% apresentaram um diagnóstico positivo para algum tipo de anemia.

Mas afinal, o que é a leucemia? 

Classificada como tumores malignos originados nas células da medula óssea, a leucemia pode ser distinta em quatro tipos mais comuns: a Leucemia Linfoide Aguda (LLA), considerada a mais comum de todas, principalmente na infância; a Leucemia Mieloide Aguda (LMA), mais corriqueira em adultos, mas pode acontecer em menor frequência na infância; as leucemias: Linfoide Crônica (LLC) e Mieloide Crônica (LCM), mais comuns em adultos e idosos.

O oncologista e coordenador médico do Hospital Integrado do Câncer (HIC) do Hospital Mater Dei Salvador, Cleydson Santos, explica que as leucemias agudas costumam se manifestar de forma muito rápida por meio da anemia e outros sintomas. "O paciente apresenta sintomas como fraqueza, indisposição, queda das plaquetas, sangramento na pele visto por meio de manchinhas roxas ou avermelhadas e sangramento gengival ou no nariz. Existe também uma queda das células de defesa, ocasionando infecções, febre, dor nos ossos, febre de origem obscura e emagrecimento nesses pacientes", explica.

O especialista aponta que a doença também pode infiltrar o fígado e o baço, gerando um aumento do volume do abdômen, e o cérebro, podendo ocasionar alterações neurológicas, confusão mental e outros tipos de transtornos nos pacientes diagnosticados.

Diagnósticos e tratamentos para a leucemia 

O diagnóstico da leucemia pode ser iniciado por meio de exames de sangue.  "Normalmente, o médico responsável realiza o pedido de um hemograma, um exame simples de sangue, mas que pode trazer várias informações".  No entanto, Cleydson Santos esclarece que o diagnóstico definitivo da doença é feito mediante uma avaliação da medula óssea por meio de um mielograma, uma espécie de punção no local.

O especialista reforça que a probabilidade de controle da doença é considerada muito boa por meio de tratamentos já existentes na medicina, as leucemias linfoides aguda e mieloide aguda, por exemplo, são tratadas por meio de quimioterapia, com tratamentos direto na veia do paciente, a fim de destruir as células malignas. "Normalmente, o paciente precisa ficar internado para que esse tratamento seja feito em uma unidade supercontrolada para evitar possíveis infecções", explica. 

Em muitas situações, o paciente diagnosticado precisará de um transplante de medula óssea, no qual o doador poderá ser um integrante da família que seja compatível e, caso não haja essa pessoa no seio familiar, utilizam-se os bancos de medula óssea em busca de um doador.

Atente-se para os sinais da anemia  

O Junho Laranja também busca conscientizar a sociedade a respeito da anemia, doença proveniente de uma série de condições surgidas a partir da deficiência na concentração de hemoglobina, elemento sanguíneo que tem a função de transportar oxigênio dos pulmões até as células a fim de nutri-las.

A doença pode ser causada pela deficiência de vários nutrientes no corpo humano, a exemplo do ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas; rompimento de glóbulos vermelhos de forma prematura; produção reduzida de células sanguíneas na medula óssea; sangramentos excessivos. Entre os principais sintomas estão: insônia, indisposição, fraqueza, falta de ar, palpitação, dores de cabeça, tontura e palidez de pele e mucosas.

A anemia também pode ser dividida em alguns os tipos, são eles: anemias leves e profundas, provocadas pela falta da oferta de oxigênio para órgãos e tecidos; anemia ferropênica, causada pela falta de ferro; anemia falciforme, sendo muito comum no país, ela é causada por uma mutação no gene responsável pela fabricação da hemoglobina no organismo.

Geralmente, o diagnóstico de anemia é feito por meio de um hemograma, via um mapeamento da quantidade de glóbulos vermelhos, no qual, é possível visualizar a quantidade dessas células, sua proporção em relação à parte líquida do sangue e outras medidas que podem ser fundamentais no diagnóstico da condição.

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