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Uso da melatonina em crianças autistas: entenda os riscos e benefícios para o sono

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Uso da melatonina em crianças autistas: entenda os riscos e benefícios para o sono

O suplemento melatonina pode ser encontrado nas farmácias do Brasil.

Por Camaçari Notícias

Foto: Freepik

Nos últimos anos, o uso indiscriminado da melatonina, um suplemento hormonal para induzir o sono, tem gerado preocupações nas autoridades de saúde. Disponível em várias formas, como gotas, pastilhas e pílulas, a melatonina tornou-se popular entre aqueles que enfrentam dificuldades para dormir, embora seu uso sem prescrição médica contrasta com a necessidade real de alguns pacientes, como crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

De acordo com a Academia Americana de Neurologia (AAN), mais de 80% das crianças autistas enfrentam problemas de sono devido a desequilíbrios no ritmo circadiano. A melatonina, produzida pela glândula pineal e liberada naturalmente à noite, ajuda a regular esse ciclo, indicando ao corpo quando é hora de dormir.

No Brasil, a melatonina é classificada como um suplemento alimentar e não como medicamento, o que leva muitas pessoas a usá-la sem orientação médica. Especialistas alertam para os riscos do uso excessivo, como efeitos colaterais e variações na dosagem, especialmente em crianças. A Anvisa recomenda uma dose diária segura de 0,21 mg para adultos, mas o uso infantil e doses maiores observadas em outros países têm levado a um aumento nos atendimentos emergenciais devido a superdosagens.

A Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) destaca que a variabilidade no conteúdo dos suplementos e a presença de substâncias não listadas nos rótulos são preocupantes. Recomenda-se que pais consultem profissionais de saúde antes de administrar melatonina a crianças. A médica Sandra Dória Xavier ressalta que, embora a melatonina possa ajudar a regular o sono, seu uso indiscriminado pode desregular o organismo.

Benefícios da melatonina incluem a melhoria do sono em crianças com distúrbios circadianos, especialmente aquelas com transtornos de neurodesenvolvimento. Especialistas como Larissa Carvalho e Letícia Soster indicam que, apesar dos riscos, a melatonina pode ser benéfica para crianças com TEA, desde que usada corretamente.

No entanto, o tratamento para problemas de sono em crianças com TEA deve começar com mudanças comportamentais, como ajustar a rotina de sono e evitar estimulação antes de dormir. O psiquiatra Francisco Assumpção enfatiza a importância de estratégias comportamentais antes de considerar medicamentos.

Recentemente, a Anvisa proibiu a venda de um suplemento específico, o "Soninho Perfeito Melatonina Kids", por alegações não comprovadas sobre seus benefícios. A agência destaca que a melatonina pode ser segura em doses regulamentadas, mas afirma que alegações sobre benefícios diretos precisam de comprovação científica.

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