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Crescente uso de cigarro eletrônico entre jovens brasileiros alerta especialistas de saúde

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Crescente uso de cigarro eletrônico entre jovens brasileiros alerta especialistas de saúde

O cigarro eletrônico está em evidência nas campanhas antitabagismo devido aos seus riscos comprovados.

Por Camaçari Notícias

Foto: Freepik

Um levantamento conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em colaboração com a Vital Strategies, organização global de saúde pública, revelou um dado preocupante: cerca de 23,9% dos brasileiros entre 18 e 24 anos já experimentaram cigarro eletrônico. Este aumento no uso do dispositivo entre jovens acende um sinal de alerta para os riscos à saúde associados ao hábito.

Luiz Henrique Araújo, especialista em saúde, observou que o cigarro eletrônico se tornou uma tendência entre os jovens devido à percepção de que é diferente do cigarro tradicional. No entanto, ele ressaltou que esses dispositivos também liberam substâncias cancerígenas e estão ligados a doenças pulmonares graves. “O cigarro eletrônico está em evidência nas campanhas antitabagismo devido aos seus riscos comprovados”, afirmou Araújo.

Um oncologista clínico do Instituto Nacional de Câncer (Inca) enfatizou a importância das restrições impostas pela Anvisa à entrada de cigarros eletrônicos no Brasil, embora reconheça que o produto ainda é amplamente utilizado. “Infelizmente, isso está gerando uma futura geração de pacientes com câncer de pulmão”, alertou. Ele destacou que muitos casos de câncer de pulmão são assintomáticos e descobertos acidentalmente, com sintomas como tosse persistente e, em casos graves, tosse com sangue, perda de peso e dor no tórax.

Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer, destacou a forte pressão da indústria do tabaco para a liberação dos cigarros eletrônicos no Brasil. Ele ressaltou a importância de manter a proibição e fortalecer as políticas de controle do tabagismo. “O câncer de pulmão tem uma alta taxa de mortalidade, com mais de 30 mil novos casos e óbitos anuais. Precisamos evitar retrocessos”, afirmou Maltoni.

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, em 29 de agosto, a Fundação do Câncer lançará uma campanha focada nos perigos do cigarro eletrônico, promovendo o movimento “Vape Off”. A campanha tem como objetivo sensibilizar os jovens sobre os riscos do uso do dispositivo. “Vamos lançar um desafio universitário, envolvendo instituições de ensino superior para criar projetos que conscientizem a população sobre os malefícios do cigarro eletrônico”, explicou Maltoni.

Paulo Corrêa, coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), ressaltou a importância do rastreamento do câncer de pulmão. “O câncer de pulmão pode ser fatal mesmo sem apresentar sintomas iniciais. O rastreamento e a cessação do tabagismo são cruciais para salvar vidas”, destacou Corrêa. A SBPT publicou diretrizes para o rastreamento da doença e incentiva a população a abandonar o tabagismo convencional e eletrônico.

Os dados do estudo e as observações dos especialistas sublinham a urgência de ações de prevenção e conscientização sobre os perigos do cigarro eletrônico, especialmente entre os jovens, para evitar um retrocesso nos avanços na luta contra o tabagismo no Brasil.

 

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