Setembro Amarelo reforça ações de prevenção ao suicídio e de valorização da vida

A psicóloga Márcia Vital destaca o papel da família para a prevenção do comportamento suicida.

Narrativas de desesperança, desespero e sintomas depressivos são os principais sinais de que a saúde mental precisa de atenção da família e cuidados profissionais para prevenir a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos: o suicídio.

Segunda a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos, sendo 75% destes indivíduos moradores de países de baixa e média renda. Estima-se que no mundo acontece um suicídio a cada 40 segundos.

Para chamar a atenção dos brasileiros para a abordagem do tema na família, na comunidade escolar, no trabalho e em outras esferas da sociedade, foi instituído em 2015, a Campanha Setembro Amarelo, um movimento que estimula a divulgação das formas de prevenir o suicídio e a valorização da vida, além de conscientizar sobre a importância do profissional de psicologia, contribuindo com a quebra do estigma sobre buscar o apoio terapêutico adequado.

Conforme a psicóloga Márcia Vital, o ‘Setembro Amarelo’ é mais que necessário pois abre a discussão sobre a saúde mental e de que forma podemos tratar o quadro de sofrimento psíquico. “A campanha do setembro amarelo é um importante momento de refletir nosso posicionamento frente a saúde mental. Especificamente nesse mês convidamos toda a sociedade a avaliar sua condição emocional e buscar ajuda se necessário, bem como se colocar à disposição através de uma escuta empática e acolhedora daqueles que estão vulneráveis emocionalmente. Os benefícios da campanha do ‘Setembro Amarelo’ certamente eu colhido durante todo o ano”, avalia.

Rede de Apoio

O papel da família é sem dúvidas o mais importante para prevenção do suicídio, uma vez que o círculo afetivo de uma pessoa com depressão tem o papel fundamental de ser um agente de apoio e fortalecimento emocional. “A família é uma importante rede de apoio. Essa temática precisa ser abordada com respeito e seriedade evitando colocar o indivíduo em posição de constrangimento lamento ainda mais suas vulnerabilidades emocional”, frisa Vital.

Proporcionar um ambiente seguro, acolhedor e livre de julgamentos também é uma forma de oferecer apoio. Por isso que o processo terapêutico também é imprescindível. “A psicoterapia confere um suporte fundamental no manejo de dores emocionais bem como a ajuda psiquiátrica. No processo terapêutico o indivíduo encontra um local seguro onde pode expressar suas dores sem julgamentos e com total segurança. Além de ter a oportunidade de ampliar sua percepção sobre os problemas e encontrar soluções assertivas e funcionais. Na psicoterapia as pessoas podem desenvolver recursos para lidar com tais situações e conquistar saúde emocional suficiente para seguir sua jornada na vida”, conclui Márcia Vital.

Centro de Valorização da Vida

Com o objetivo de fortalecer a campanha de prevenção ao suicídio, foi criado, em 2018, o Centro de Valorização da Vida (CVV) que realiza apoio emocional, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone. Na Bahia, as ligações são gratuitas através do 188 e o serviço funciona 24h, todos os dias da semana.

As chamadas podem ser feitas por telefone fixo, orelhão ou celular. O CVV oferece total sigilo de identidade e também pode ser contatado e-mail e chat, no site do órgão. O centro busca ouvir e ajudar pessoas que estejam passando por dificuldades.

Por Maryane Meira

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