Mais de 200 cursos na Bahia recebem notas baixas no Enade

Setenta instituições de ensino superior (IES) da Bahia tiveram cursos com desempenho abaixo da média no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2023. Ao todo, 217 cursos receberam conceitos 1 e 2, considerados insatisfatórios segundo a escala do Ministério da Educação, que varia de 1 a 5.

Os dados foram divulgados na última sexta-feira (11) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Enade avalia o rendimento de concluintes de cursos de graduação em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares. Além da prova, o exame também calcula o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que compara o desempenho do estudante no Enem com o resultado obtido no fim do curso.

Na Bahia, 15 instituições registraram nota 1 em 21 cursos. Entre os cursos com pior desempenho estão Engenharia Mecânica, Enfermagem, Odontologia, Biomedicina e Fisioterapia, ofertados em cidades como Salvador, Feira de Santana, Itabuna, Barreiras, Alagoinhas e Paripiranga.

Entre as instituições com conceito 1 estão:

Fatec – Alagoinhas (Engenharia Elétrica)

Unirb – Alagoinhas, Barreiras, Feira de Santana e Salvador (diversos cursos)

Faculdade Santo Antônio – Alagoinhas (Biomedicina)

IFBA – Barreiras (Engenharia de Alimentos)

Anhanguera – Itabuna (Engenharia Mecânica)

Faculdades SulAmérica – Luís Eduardo Magalhães (Odontologia e Biomedicina)

Ages – Paripiranga (Medicina Veterinária e Nutrição)

Faculdade Dom Luis de Orleans e Bragança – Ribeira do Pombal (Farmácia)

Faculdade de Negócios e Gestão – Salvador (Fisioterapia e Odontologia)

Estácio e Ruy Barbosa Wyden – Salvador (Engenharia Mecânica)

IFBaiano – Uruçuca (Engenharia de Alimentos)

Ao todo, 116 instituições baianas participaram da avaliação. Segundo o presidente do Conselho Estadual de Educação da Bahia, Paulo Gabriel Nacif, os resultados acendem um alerta, mas devem ser analisados com cautela. Ele destaca que o Enade é apenas uma das dimensões de avaliação previstas no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que também inclui a avaliação institucional e a avaliação dos cursos.

“O exame deve ser um instrumento de reflexão sobre o desempenho dos cursos, e não um fator de condenação para as instituições”, afirmou Nacif.

O presidente também alertou para a alta taxa de evasão entre os alunos concluintes, o que pode afetar os resultados do Enade. Segundo ele, a participação reduzida de estudantes pode comprometer a representatividade da avaliação.

Siga o CN1 no Google Notícias e tenha acesso aos destaques do dia.