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PSOL anuncia renúncia de cargos e saída da coligação governamental com o PT na Bahia
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Decisão foi motivada por eleição de nova diretoria e discordâncias em segurança pública e política ambiental.
Por Camaçari Notícias
Aliança feita para o 2º turno das eleições de 2022 entre PT e PSOL durou menos de 1 ano — (Foto: Divulgação)
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) tomou a decisão de renunciar aos cargos que ocupava no governo da Bahia e encerrar sua participação na gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT) após uma colaboração de nove meses entre os partidos no estado. Essa decisão coincidiu com a eleição de Ronaldo Mansur, candidato a vice-governador em 2022, como o novo presidente do PSOL na Bahia, além de desacordos públicos em relação à administração.
Vários pontos de atrito contribuíram para essa mudança, incluindo divergências em questões como segurança pública, políticas ambientais e a relação com os servidores públicos. A saída do PSOL do governo também resulta em sua saída do Conselho Político, que reúne representantes de outras 11 legendas, além do governador e do vice-governador Geraldo Júnior (MDB).
No congresso realizado no último domingo (17), o partido destacou algumas áreas de desacordo com o governador petista e as lideranças do PSOL no estado. O Conselho Político, composto por 12 partidos e liderado pelo governador, recebeu críticas e foi descrito como um "espaço artificial criado para dar uma aparência democrática, mas que não trouxe avanços significativos em questões cruciais para a melhoria da qualidade de vida da população".
O deputado estadual Hilton Coelho, o único membro do PSOL com cargo eletivo, criticou a política de segurança pública do governo, que enfrenta uma onda de violência em Salvador, chamando-a de "política de segurança que resulta no extermínio da população negra".
Em termos práticos, a renúncia aos cargos tem um impacto limitado na administração de Jerônimo Rodrigues, já que o PSOL tinha apenas duas indicações. Essas renúncias devem ocorrer nos próximos dias, a menos que os representantes decidam se afastar do partido e permanecer nos cargos, ambos ocupados na Fundação Pedro Calmon, vinculada à Secretaria de Cultura do Estado.
Essa aliança entre PT e PSOL teve origem no segundo turno das eleições de 2022 para o governo da Bahia, quando a executiva estadual do PSOL decidiu apoiar Jerônimo Rodrigues contra ACM Neto (União Brasil). No primeiro turno, o candidato do PSOL, Kleber Rosa, obteve apenas 0,48% dos votos, terminando em quarto lugar na disputa. Após a vitória do candidato petista, Jerônimo convidou o PSOL para fazer parte do Conselho Político e indicou membros do partido para cargos na administração.
Esses nove meses marcaram a primeira vez em que o PSOL participou de um governo na Bahia desde a fundação do partido em 2004. No entanto, o único deputado estadual do PSOL na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), Hilton Coelho, já se considerava independente.
No âmbito federal, o PSOL mantém sua decisão de integrar a base de apoio de Lula no Congresso, mas sem ocupar cargos no governo. Apesar de não fazer indicações, o partido conta com a deputada federal licenciada Sônia Guajajara como ministra dos Povos Originários.
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