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Conselho de ética da Câmara dos Deputados aprova parecer pela cassação de Chiquinho Brazão

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Conselho de ética da Câmara dos Deputados aprova parecer pela cassação de Chiquinho Brazão

Parlamentar acusado de envolvimento no assassinato de Marielle Franco enfrenta possível cassação após parecer aprovado no Conselho de Ética.

Por: Camaçari Notícias

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (28) o parecer que recomenda a cassação do mandato do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). A decisão foi tomada por 15 votos a favor, um contra, e uma abstenção, em resposta às acusações de que o parlamentar teria sido um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.

O processo foi iniciado após a representação do PSOL, partido ao qual Marielle era filiada, por suposta quebra de decoro parlamentar. A relatora do caso, deputada Jack Rocha (PT-ES), concluiu pela perda do mandato de Brazão, argumentando que o deputado teria praticado "irregularidades graves no desempenho do mandato", o que afetaria a dignidade da representação popular, conforme estipulado pelo Código de Ética e Decoro Parlamentar.

Desdobramentos do Caso

Apesar da aprovação do parecer no Conselho de Ética, a decisão final sobre a cassação do mandato de Chiquinho Brazão ainda precisa ser tomada pelo plenário da Câmara dos Deputados. Para que a cassação ocorra, são necessários ao menos 257 votos favoráveis dos parlamentares. O prazo para essa votação é de 90 dias úteis, contados a partir de maio deste ano.

Antes disso, o deputado ainda pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, caso considere que o processo foi conduzido de forma inconstitucional ou antirregimental. A CCJ tem um prazo de cinco dias para analisar qualquer recurso.

A Defesa de Chiquinho Brazão

Durante a sessão, a defesa de Chiquinho Brazão, representada pelo advogado Cleber Lopes, argumentou que a morte de Marielle Franco ocorreu antes de seu mandato como deputado federal, e, portanto, não poderia ser considerada como quebra de decoro parlamentar. Lopes também criticou a delação premiada de Ronnie Lessa, apontado como o assassino de Marielle, classificando-a como uma "irresponsabilidade" e uma "versão fraudulenta" dos fatos.

Brazão, que participou da sessão por videoconferência, reafirmou sua inocência e declarou que Marielle era sua "amiga". Ele também criticou o processo conduzido pelo Conselho de Ética, alegando que não houve uma análise completa das testemunhas.

Repercussão e Debate no Conselho

Durante a discussão no Conselho de Ética, o deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ) foi o único a votar contra o parecer de Jack Rocha. Deputados do PSOL, por sua vez, endossaram a decisão da relatora, destacando a necessidade de uma resposta firme do Estado diante do assassinato de Marielle, considerado por Rocha como um exemplo devastador de violência política de gênero.

A sessão também contou com a presença da jornalista Fernanda Chaves, que era assessora de Marielle Franco e estava no carro que foi alvo dos disparos em 2018. A presença de Chaves destacou a gravidade do caso e reforçou a importância do processo para garantir a integridade da representação política no país.

Próximos Passos

Com o parecer aprovado, o processo segue agora para a CCJ, onde poderá haver novos desdobramentos. Paralelamente, o plenário da Câmara terá que se posicionar sobre a recomendação de cassação do mandato de Chiquinho Brazão nos próximos meses, em uma votação que promete ser marcada por intenso debate político.

Enquanto isso, o processo criminal relacionado ao assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes segue em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), com novos depoimentos sendo tomados, incluindo o do ex-policial Ronnie Lessa, que apontou os supostos mandantes do crime. A expectativa é que a conclusão desse processo no STF possa influenciar os desdobramentos do caso no Legislativo.

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