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Política
Pagode e arrocha nas campanhas: Música como estratégia política ou apenas diversão?
Por: Camaçari Notícias
Nas eleições de 2024, a trilha sonora das campanhas em Camaçari está diferente. Os candidatos à Prefeitura e à Câmara de Vereadores têm apostado no pagode baiano e na arrochadeira, dois ritmos populares e característicos da Bahia, para atrair a atenção dos eleitores e criar uma identificação cultural imediata. Os jingles, com suas letras simples e melodias chicletes, já estão tomando conta das ruas e das redes sociais, em uma tentativa de aproximar os políticos do povo de maneira mais descontraída e envolvente.
Não é novidade que a música exerce um papel importante na vida do baiano, e em Camaçari, um dos polos industriais e culturais mais importantes do estado, isso não é diferente. O pagode baiano, conhecido pelo seu ritmo envolvente e letras diretas, e a arrochadeira, que mescla elementos de arrocha e música eletrônica, são sons que há anos fazem parte do cotidiano da população. Agora, eles estão sendo usados pelos candidatos como ferramentas para criar proximidade e falar a língua do eleitor.
"A ideia é usar o que é popular para alcançar o povo. Essas músicas grudam na cabeça e, com isso, os candidatos ficam mais visíveis", afirma um especialista em marketing político, que vê na música uma forma eficiente de reforçar a identidade do candidato com a cultura local.
Jingles contagiantes ou propostas vazias?
No entanto, a tática de investir em jingles dançantes também levanta questionamentos. Será que esses ritmos ajudam de fato a transmitir a mensagem política dos candidatos ou apenas servem como uma distração sonora?
"Os jingles são bons, animam a gente, mas não sei se eles falam muito sobre as propostas. Às vezes parece mais uma festa do que uma campanha", comenta uma moradora do bairro Gleba C, que reconhece o poder da música, mas acredita que os candidatos devem equilibrar carisma e conteúdo.
Em contrapartida, para muitos eleitores, os jingles são uma forma legítima de engajar o público, especialmente os jovens e as comunidades mais afastadas. "Eu acho ótimo que eles usem o pagode. Fica mais fácil de lembrar do candidato, e quando a música é boa, a gente acaba prestando mais atenção", afirma um morador do centro da cidade.
Participação de artistas locais
Parte da estratégia dos candidatos inclui a participação de artistas e bandas locais, que emprestam suas vozes e talentos aos jingles de campanha. Muitos desses músicos já têm forte conexão com o público de Camaçari, o que dá ainda mais credibilidade e familiaridade às músicas políticas.
"Quando eu ouvi o pagodão de um dos candidatos, até pensei que fosse uma música de banda famosa, de tão boa que estava. Isso mostra que eles estão investindo pesado", comenta um jovem estudante, fã do estilo musical.
A identidade cultural de Camaçari é um ponto forte nessas eleições, e os candidatos que conseguem incorporar isso em suas campanhas acabam se destacando. O uso do pagode e da arrochadeira nos jingles é uma forma de mostrar que eles estão em sintonia com o que a população gosta e valoriza.
Entretanto, a verdadeira eficácia dessa estratégia só será medida nas urnas. Apesar do sucesso dos jingles, muitos eleitores ainda preferem focar nas propostas e não apenas no "show" da campanha. "A música é boa, mas eu quero é saber o que eles vão fazer pela cidade. Isso é o que importa de verdade", conclui um morador do bairro Lama Preta.
Com a proximidade das eleições, os jingles de pagode e arrochadeira continuam a ecoar nas ruas de Camaçari, mas será que eles terão impacto real na escolha dos eleitores? Fica claro que a música é uma ferramenta poderosa, capaz de marcar presença e garantir que os nomes dos candidatos fiquem na cabeça do eleitorado. Contudo, a decisão final de voto pode depender de muito mais do que o ritmo contagiante.
Seja como for, essas eleições já estão sendo marcadas pelo som do pagode e da arrochadeira, mostrando que a cultura e a política estão mais próximas do que nunca nas campanhas de 2024.
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