Jerônimo Rodrigues evita comentar crise do PP em Salvador, mas reforça desejo de contar com a sigla na base governista

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), evitou comentar diretamente a crise interna do Progressistas (PP) em Salvador, mas reafirmou seu interesse em contar com o partido em sua base governista. A declaração foi feita na manhã desta quarta-feira (5), durante a abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), onde o governador apresentou a mensagem aos deputados estaduais.

Apesar do clima de instabilidade na legenda, especialmente na capital, Jerônimo destacou a importância do apoio que tem recebido dos parlamentares do PP, tanto na Assembleia quanto no Congresso Nacional. "Eu tenho dito sempre que o PP tem me ajudado bastante. Não o partido institucionalmente, mas os mandatos de deputados estaduais e federais têm me ajudado aqui e em Brasília, nas emendas. Todas as vezes que me reúno com minha bancada e a bancada da Bahia, tenho recebido muito apoio", afirmou o governador.

O petista reiterou sua expectativa de que a sigla integre oficialmente sua base, mas reconheceu que a decisão cabe ao partido. "Já manifestei meu interesse de ter o PP na base, enquanto partido. Mas preciso aguardar qual será a decisão da legenda como um todo. Prefiro não falar do PP individualmente por município, mas estou manifestando meu interesse e alegria caso o PP venha a compor minha base enquanto partido", completou.

Crise interna no PP

A situação do PP na Bahia tem sido marcada por divergências internas. Na última segunda-feira (3), o presidente municipal da sigla, Cacá Leão, minimizou as insatisfações e afirmou que os problemas estão sendo tratados com diálogo. Segundo ele, turbulências são normais dentro da democracia e fazem parte do processo político.

Na semana passada, vereadores do partido em Salvador divulgaram uma nota expondo a insatisfação com o atual cenário da legenda na capital. Entre os principais pontos de atrito está a pressão para que o PP integre totalmente a base do governo estadual. Além disso, a ausência de diálogo direto com o prefeito Bruno Reis (União) e o não cumprimento de acordos firmados antes das eleições ampliaram a insatisfação.

O partido, que teve uma votação expressiva na capital e elegeu nomes como Jorge Araújo, Maurício Trindade, Sidninho, George Gordinho da Favela e Sandro Filho, pode não ser contemplado com uma secretaria municipal, o que reforça a crise. A falta de espaço na gestão de Bruno Reis também poderia favorecer a ascensão de suplentes, como Sandro Bahiense, ampliando as incertezas dentro da legenda.

Enquanto o impasse segue sem uma definição clara, Jerônimo Rodrigues mantém seu posicionamento estratégico, aguardando os desdobramentos internos do PP para consolidar a aliança no âmbito estadual.