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Emendas Pix: 12% dos investimentos federais são destinados sem transparência

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Emendas Pix: 12% dos investimentos federais são destinados sem transparência

Apesar de sua finalidade ser a agilização do repasse de recursos, especialistas e órgãos de controle apontam que a ausência de critérios claros

Por Camaçari Notícias

Foto: Reprodução

Nos últimos dois anos, aproximadamente 12% dos investimentos do governo federal foram realizados por meio das chamadas Emendas Pix, totalizando R$ 14,3 bilhões. Esse montante, classificado como "encargos especiais" pelo Tesouro Nacional, levanta preocupações sobre a falta de transparência na destinação dos recursos, já que não há detalhamento específico sobre sua aplicação.  

Criadas em 2019, as Emendas Pix permitem que parlamentares direcionem verbas diretamente para estados e municípios sem a necessidade de convênios formais ou a apresentação prévia de projetos específicos. Apesar de sua finalidade ser a agilização do repasse de recursos, especialistas e órgãos de controle apontam que a ausência de critérios claros dificulta o rastreamento e fiscalização dos investimentos.  

O crescimento expressivo desse tipo de emenda é evidente: de R$ 621 milhões em 2020 para R$ 7,7 bilhões em 2024, um aumento de 12 vezes no período. Essa escalada fez com que as Emendas Pix se tornassem a terceira maior categoria de investimento federal, superando áreas essenciais como educação (R$ 10,2 bilhões) e saúde (R$ 8,6 bilhões), ficando atrás apenas dos setores de transporte (R$ 27,8 bilhões) e defesa nacional (R$ 17,3 bilhões).  

Diante das preocupações, o Supremo Tribunal Federal (STF) interveio no processo. Em agosto de 2024, o ministro Flávio Dino suspendeu a execução das Emendas Pix, determinando a implementação de critérios mais rigorosos para garantir maior transparência no repasse. A decisão foi flexibilizada em dezembro do mesmo ano, permitindo a retomada dos pagamentos, mas com exigências como a apresentação de um plano de trabalho e a indicação das contas bancárias das prefeituras beneficiadas.  

A falta de controle sobre esses repasses levanta questionamentos sobre o uso do dinheiro público e evidencia a necessidade de aprimoramento das regras para garantir que os recursos cheguem de forma eficiente aos setores prioritários da sociedade. A discussão sobre a transparência e fiscalização das Emendas Pix deve seguir como um dos desafios da gestão dos investimentos federais nos próximos anos.  

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