Disputa interna no PT: José Guimarães e Humberto Costa brigam por comando do partido após saída de Gleisi Hoffmann

Com a nomeação de Gleisi Hoffmann para o comando da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), o PT vive um novo capítulo de disputa interna para definir quem assumirá a presidência da sigla. Atualmente, dois nomes surgem como principais concorrentes: o deputado federal José Guimarães (CE) e o senador Humberto Costa (PE).

A posse de Gleisi como ministra da SRI está marcada para o dia 10 de março, o que abrirá oficialmente a corrida pelo comando do partido. Inicialmente, havia um acordo interno para que Guimarães assumisse a presidência interinamente até as eleições internas da legenda, previstas para 6 de julho. Nesse cenário, Guimarães e outros setores do partido apoiariam Edinho Silva para liderar o PT.

No entanto, o acordo perdeu força após mudanças no xadrez ministerial. O plano inicial previa que Gleisi fosse indicada para a Secretaria Geral da Presidência da República, o que abriria espaço para a costura política em torno de Edinho. Porém, com a escolha da petista para a Secretaria de Relações Institucionais, o trato ficou fragilizado e reabriu o debate sobre o futuro do comando partidário.

Outro fator que enfraqueceu Edinho Silva foi o resultado das eleições municipais de 2024. Em sua base eleitoral, Araraquara (SP), o PT não conseguiu eleger a sucessora de Edinho na prefeitura. Mesmo com recursos federais e uma visita do presidente Lula à cidade durante a campanha, Eliana Honain foi derrotada nas urnas, o que gerou questionamentos internos sobre a viabilidade de Edinho à frente do partido.

Nos bastidores, José Guimarães chegou a ser cotado para assumir a SRI no governo federal, mas, segundo apuração do site Poder360, Lula foi desaconselhado a seguir esse caminho. A avaliação de aliados do presidente é de que a ida de Guimarães para o ministério poderia comprometer a articulação política do governo no Congresso, especialmente na Câmara e no Senado.

Com o cenário indefinido, a disputa entre Guimarães e Humberto Costa deve se intensificar nas próximas semanas. Ambos são nomes históricos do partido e têm forte inserção nas bancadas federal e estadual, o que torna a escolha ainda mais estratégica para o PT, que busca se reorganizar para as eleições municipais de 2026 e a sucessão presidencial em 2026.