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Ex-presidente Lula defende maior participação feminina na política: “Fortalece a democracia”

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Ex-presidente Lula defende maior participação feminina na política: “Fortalece a democracia”

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Por: CN com Assessoria de Comunicação

Foto: Ricardo Stuckert

Em encontro hoje com mulheres de partidos de esquerda e movimentos sociais, sindicais e populares, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a ampliação da participação feminina na política e disse que os partidos de esquerda precisam se reunir para discutir que tipo de reforma precisa ser feita para que as mulheres ocupem seus devidos lugares na sociedade brasileira.

“Os partidos de esquerda vão ter que sentar e discutir que reforma política precisamos fazer para que, finalmente, as mulheres ocupem seus espaços devidos na sociedade brasileira. Essa eleição é um marco. É importante que vocês comecem a brigar dentro do partido de vocês. Quantas candidatas mulheres nós temos? Cadê as mulheres participando? São vocês que têm que bater o pé na mesa e dizer como dona Lindu: Eu não tenho medo de vocês. Eu quero participar em igualdade de condições. Eu tenho direito, eu posso fazer melhor, posso ser mais capaz do que vocês”.

Lula contou de experiência recente no México, onde viu as mulheres ocupando mais cadeiras na Câmara dos Deputados do que os homens, com participação quase paritária no Senado e com grande presença também nos governos estaduais e municipais, graças à atuação de um movimento que possibilitou reforma da Constituição para que os candidatos fossem indicados por listas paritárias com participação igual de homens e mulheres.

“Fico pensando, por que o México pode e nós não podemos? O que aconteceu no México que nós não podemos fazer aqui? Nós precisamos começar a pensar como vamos fazer para essa paridade começar a chegar ao Brasil. Se vai depender da campanha individualizada de cada um, se vai depender de alguém precisar viajar 600 km para ter um voto, ou se a gente vai tentar propor uma reforma política em que a lista já garanta a paridade de participação da sociedade. Senão, vamos passar o resto da vida queixando”.

Lula discursou após ouvir demandas e palavras de apoio de mulheres de diferentes movimentos sociais e de parlamentares de partido de esquerda, além da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, da ex-ministra Eleonora Menicucci e da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Ele disse que, para fazer as mudanças desejadas por elas, será preciso lembrar que não dá para votar apenas no presidente da República, mas também em deputados e senadores que pensem igual, para que se construa maioria para fazer as mudanças que precisam ser feitas no país.

O evento aconteceu de forma híbrida, com parte do público presencialmente em São Paulo e parte conectada pela internet. Cerca de 4 mil pessoas de 20 entidades, entre movimentos sociais, populares e sindicais, e representantes de seis partidos de esquerda e centro-esquerda (PT, PSB, PSOL, PCdoB, REDE e PV) participaram do encontro.

O ex-presidente afirmou que uma sociedade justa é aquela em que todo mundo pode um pouco e tenha as mesmas oportunidades, por exemplo, com o filho de uma seringueira frequentando o mesmo banco de escola que o filho do dono do seringal. Lula lembrou da trajetória da mãe, dona Lindu, que saiu de Pernambuco com oito filhos num pau de arara para uma viagem de 13 dias para encontrar o marido em São Paulo. Ao chegar à capital se separou e criou os filhos sozinha, depois de saber que o marido tinha outra família.

“É com esse espírito guerreiro que precisamos nos organizar. As mulheres não precisam de favor de homem”.  Lula disse que um homem nunca precisou tanto das mulheres como ele precisará agora, quando definir a candidatura à Presidência. “As mulheres são maioria. Então, significa que vocês podem. É só querer colocar para fora o que vocês pensam. É preciso fazer mais discurso, é preciso teimar mais, é preciso brigar mais”, pontuou, reconhecendo que já ocorreram avanços da participação feminina nos espaços políticos, mas é preciso ir além.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, disse que os desafios que virão não são fáceis, mas fundamentais para a transformação política. Ela lembrou da importância dos governos petistas para a criação de políticas para mulheres, a Secretaria Nacional da Mulher e políticas de enfrentamento da violência e de garantia da autonomia das mulheres, além da aprovação da Lei Maria da Penha e do protagonismo feminino em projetos como Bolsa Família, Pronaf, Minha Casa Minha Vida e outros. “Precisamos voltar com tudo isso que foi destruído”, afirmou.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, declarou que as eleições deste ano são esperança de que o pesadelo e a tragédia que são o governo Bolsonaro – com fome, miséria, carestia, machismo, autoritarismo e misoginia – estão com os dias contados. “Não tenho nenhuma dúvida de que nós mulheres pelo Brasil afora vamos escrever uma das mais belas páginas da nossa história. Nosso sonho é as mulheres voltarem a ser felizes e tratadas com respeito. Podemos avançar na pauta de igualdade de direitos, cidadania e dignidade. É esse projeto que esse homem (Lula) representa. Um país que pode e vai, sim, voltar a ser feliz de novo”.

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