Câmara de Camaçari realiza audiência pública sobre fechamento da agência do Bradesco na Radial A

Na tarde desta quinta-feira (4), a Câmara de Vereadores de Camaçari promoveu uma audiência pública para discutir o fechamento da agência do Bradesco localizada na Avenida Radial A. A decisão da instituição bancária tem gerado repercussão entre moradores, comerciantes e representantes da sociedade civil, que temem prejuízos à economia local e à rotina da população que depende dos serviços presenciais.

O encerramento das atividades da unidade está previsto para o dia 11 de abril. Mesmo antes do fechamento oficial, moradores da região central da cidade já relatam dificuldades de acesso a serviços bancários, sobretudo pessoas idosas e com baixa familiaridade com os canais digitais.

Durante a audiência, vereadores manifestaram preocupação com os impactos sociais e econômicos da decisão, e discutiram possíveis medidas a serem encaminhadas à direção do banco. Também foi debatida a possibilidade de uma atuação conjunta entre o Legislativo municipal, o Executivo e entidades de classe, com o objetivo de pressionar por soluções que restabeleçam o atendimento presencial na região.

A vereadora Sales classificou o fechamento da agência como um ato de desrespeito à cidade. “A agência resolveu fechar sem nos avisar. É uma falta de respeito com os aposentados, as pessoas com deficiência e todos que dependem do banco. Vamos tomar providências, estamos atentos para reivindicar e exigir respeito”, declarou.

O vereador Jackson Josué, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, também se posicionou com firmeza. “Eu quero repudiar o Bradesco, sua diretoria e presidência. A agência 3579 atendia cerca de 18 mil clientes, e agora todo esse público será redirecionado para a agência 826, que já possui mais de 22 mil contas. Como vai ser feito esse atendimento? Nós vamos acionar a Justiça.”

Já o vereador Jamelão defendeu uma medida de impacto como forma de protesto. “Se for necessário, todos os funcionários da Câmara irão encerrar as contas no Bradesco. Isso não afeta só o povo de Camaçari, outras cidades também utilizam essa agência. Vai gerar desemprego nos funcionários da própria agência, nas terceirizadas e nos comerciantes que trabalham no entorno.”

O presidente da Casa, vereador Niltinho Maturino, lamentou a ausência de representantes do banco na audiência. “A Câmara tem se posicionado desde o primeiro momento em que fomos pegos de surpresa. O Bradesco teve a oportunidade de vir aqui hoje, se explicar e dizer o porquê do fechamento, mas não compareceu, desrespeitando a Câmara, o sindicato e a população de Camaçari.”

A presidente do Sindicato dos Bancários de Camaçari, Thaise Mascarenhas, agradeceu o apoio dos parlamentares e reforçou a importância da união institucional e social. “Nosso movimento sai hoje mais forte contra os desmanches do Bradesco. Se o banco parar para repensar e enxergar quem realmente é o município de Camaçari, vai entender que essa é uma decisão arbitrária e precisa ser revertida.”

A presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Andreia Sábino, destacou a mobilização interestadual da categoria. “A integração dos bancários da Bahia e Sergipe está firme nessa luta. Não vamos deixar que o Bradesco abandone tantos clientes e funcionários. Agora, com o apoio da Câmara, da OAB e dos comerciantes, esperamos que a população também venha conosco para fortalecer essa mobilização.”

Representando os moradores, um correntista que participou da audiência relatou como será afetado. “Estou há mais de 20 anos como cliente do Bradesco e, com esse fechamento, vou me desligar da agência. A Câmara precisa tomar medidas mais enérgicas. Essa ação do banco vai prejudicar mais de 18 mil pessoas em Camaçari.”

A audiência pública foi marcada por falas contundentes de vereadores, sindicalistas e cidadãos, mas não contou com representantes do banco Bradesco, o que foi considerado um desrespeito por parte dos parlamentares. Apesar da ausência da instituição financeira, os discursos reforçaram a união dos poderes Legislativo e das entidades representativas na busca por alternativas para garantir o atendimento presencial e preservar os empregos ligados à agência da Radial A.

Por: Igor Santiago