Crise: Petroquímica Unigel luta pela recuperação financeira em meio a queda de preço da ureia

(Foto: divulgação/Unigel)

A Unigel, uma das petroquímicas mais tradicionais do Brasil, está enfrentando uma crise financeira, podendo resultar na transferência de 50% da empresa para um grupo de credores. A queda nos preços da ureia no mercado internacional e o declínio na indústria petroquímica têm sido os principais fatores dessa crise, a pior em décadas.

Fundada em 1966 por Henri Slezynger, a empresa foi afetada, juntamente com outras petroquímicas globais, pela crescente oferta de produtos químicos da China entre 2022 e 2023. A superoferta global resultou em uma queda generalizada nos preços internacionais, enquanto os custos com matéria-prima, especialmente petróleo e gás natural, aumentaram devido à situação geopolítica, como a invasão da Ucrânia pela Rússia.

A Unigel, que é a principal produtora de fertilizantes nitrogenados, estirênicos e acrílicos da América Latina, viu-se particularmente afetada. A queda nos preços da ureia, um importante produto, ocorreu num momento em que a empresa estava reiniciando suas fábricas de fertilizantes arrendadas da Petrobras.

A empresa arrendou as fábricas em 2019, mas teve que suspender as operações no ano passado devido ao descompasso entre os preços da ureia e o custo do gás natural, resultando em prejuízos significativos. Como resultado, a Unigel acumulou prejuízos consideráveis, viu seu patrimônio líquido se tornar negativo e sua dívida aumentar substancialmente.

Para enfrentar a crise, a Unigel suspendeu investimentos, colocou ativos à venda e iniciou negociações com credores. Após mediação, a empresa chegou a um acordo preliminar com um terço de seus credores, buscando agora o consenso de pelo menos 50% para implementar um plano de recuperação extrajudicial.

A Unigel acumulou prejuízo líquido de R$ 1 bilhão entre janeiro e setembro de 2023, quando seu patrimônio líquido ficou negativo em R$ 20,6 milhões. O auditor independente se absteve de opinar sobre o balanço.

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