Governo aponta clima por alta de alimentos e aponta que ‘tendência é diminuir’

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião nessa quinta-feira (14), com ministros para debater estratégias visando a redução dos preços dos alimentos. Após o encontro, os ministros atribuíram o aumento nos preços dos alimentos à crise climática, que tem sido observada desde o final do ano passado, e expressaram a expectativa de uma redução já a partir do próximo mês. Paralelamente, o governo está planejando alterações no Plano Safra, com o intuito de incentivar a produção de alimentos, especialmente arroz, feijão, milho, trigo e mandioca.

Apesar da desaceleração da inflação do grupo Alimentação e Bebidas entre janeiro e fevereiro, de 1,38% para 0,95%, alguns produtos como cebola (7,37%), batata inglesa (6,79%), frutas (3,74%), arroz (3,69%) e leite longa vida (3,49%) registraram aumentos significativos, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo IBGE nesta semana.

No mercado atacadista, no entanto, os preços já começaram a apresentar queda. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o preço do arroz, por exemplo, diminuiu de R$ 120 para cerca de R$ 100 por saca. Ele destacou a importância de que essa redução nos preços seja repassada pelos atacadistas para os consumidores nos supermercados.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que o presidente está preocupado em garantir que os alimentos cheguem às mesas das pessoas a preços acessíveis. Ele enfatizou que o aumento de preços ocorreu devido a questões climáticas, mas a tendência agora é de queda.

Carlos Fávaro também mencionou os impactos do clima, destacando eventos como as enchentes no Rio Grande do Sul, que é responsável por cerca de 85% do arroz consumido no país. Ele ressaltou que a colheita de arroz está em andamento e espera-se que os preços continuem a cair. No entanto, é fundamental que os atacadistas repassem essas reduções de preço aos consumidores.

No próximo Plano Safra, que será lançado no meio do ano, o governo planeja incentivar a produção agrícola em áreas próximas aos centros urbanos para os alimentos como arroz, feijão, trigo, milho e mandioca. Medidas como facilitação de crédito, formação de estoques públicos e estabelecimento de preços mínimos também farão parte dessas estratégias para redução dos preços dos alimentos.

Fávaro explicou que o foco principal é estimular a agricultura familiar, com a colaboração da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Caso essas medidas estruturantes não resultem na redução dos preços, o governo considerará outras ações a serem estudadas pela equipe econômica. Tanto os agricultores familiares quanto os grandes produtores do agronegócio serão beneficiados por essas iniciativas, conforme ressaltado pelo ministro.

Além de Fávaro e Teixeira, participaram da reunião com o presidente Lula os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.

Siga o CN1 no Google Notícias e tenha acesso aos destaques do dia.