Caixa Econômica Federal anuncia mudanças nas regras para financiamentos imobiliários com recursos do SBPE

A Caixa Econômica Federal anunciou alterações nas regras para financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). As novas diretrizes incluem a imposição de um limite de preço para imóveis e a redução do valor máximo financiável.

O que mudou?

Com as novas regras, a utilização de recursos do SBPE será restrita a imóveis com preço de até R$ 1,5 milhão. Anteriormente, o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não estipulava um teto de valor, permitindo financiamentos para imóveis de qualquer valor (o Sistema Financeiro da Habitação, por outro lado, já operava com essa limitação).

Além disso, a Caixa vai financiar no máximo 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), contra o limite atual de 80%. No modelo Price, o percentual financiável será ainda menor, passando de 70% para 50%. A principal diferença entre os dois sistemas de amortização é que o SAC apresenta parcelas decrescentes, enquanto a Tabela Price mantém parcelas fixas ao longo do contrato.

Quando as mudanças entram em vigor?

As novas regras passam a valer a partir de 1º de novembro. A Caixa destaca que as mudanças se aplicam apenas a novos financiamentos, sem impacto nos contratos já firmados. As alterações abrangem tanto imóveis novos quanto usados, além de lotes urbanos, construções e imóveis comerciais.

Motivo das mudanças

A Caixa Econômica Federal domina atualmente cerca de 68% do mercado de crédito imobiliário no Brasil. Embora haja especulações de que as alterações tenham sido motivadas pela escassez de recursos devido à redução de depósitos na poupança, a instituição nega.

Em nota, a Caixa informou que estuda continuamente medidas para atender à demanda excedente de financiamentos habitacionais, colaborando com o mercado e o governo na busca de soluções que ampliem o crédito imobiliário no país. "A Caixa busca a expansão do crédito não apenas pela instituição, mas também pelos demais agentes do mercado", afirmou.

Nos últimos anos, as retiradas constantes de recursos da poupança pela população reduziram significativamente a participação dessa modalidade na formação de reservas para empréstimos. O SBPE, que já representou 70% do crédito imobiliário no Brasil, agora responde por menos de 34% desse tipo de financiamento.