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Dólar ultrapassa R$ 6,05 com mercado atento a dados de emprego nos EUA e política fiscal brasileira

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Dólar ultrapassa R$ 6,05 com mercado atento a dados de emprego nos EUA e política fiscal brasileira

Com dados de emprego nos EUA acima do esperado e incertezas fiscais no Brasil, dólar atinge novo pico enquanto bolsa recua.

Por Camaçari Notícias

Foto: REUTERS/Sam Mircovich

Nesta sexta-feira (6), o dólar opera em alta e volta a superar a marca de R$ 6,05, enquanto investidores analisam os novos dados de emprego dos Estados Unidos e especulam sobre os próximos passos na política monetária do Federal Reserve (Fed). Às 13h30, a moeda norte-americana subia 0,8%, sendo negociada a R$ 6,058 na venda.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, registrava queda de 1,21%, situando-se na faixa de 126,3 mil pontos no mesmo horário.

Mercado internacional: dados de emprego nos EUA surpreendem

O mercado de trabalho nos Estados Unidos mostrou sinais de recuperação em novembro, superando expectativas. Segundo o Bureau of Labor Statistics, a economia americana criou 227 mil empregos no mês passado, acima da previsão de 200 mil dos analistas. Apesar disso, a taxa de desemprego subiu ligeiramente, de 4,1% para 4,2%.

O relatório também trouxe revisões positivas para os meses anteriores. Em outubro, o número de vagas adicionadas passou de 12 mil para 36 mil, e, em setembro, o crescimento foi ajustado para 255 mil empregos.

Os dados reforçam a possibilidade de o Fed reduzir os juros em 0,25 ponto percentual na reunião deste mês, mas a incerteza em torno das políticas econômicas do presidente eleito Donald Trump continua influenciando o mercado. Analistas do Citi alertaram que o uso excessivo de tarifas comerciais, prometidas por Trump, pode gerar perturbações econômicas globais.

Cenário doméstico: instabilidade fiscal pressiona câmbio

O dólar segue em uma trajetória histórica de valorização frente ao real, encerrando a semana com cotações acima de R$ 6,00. Na quinta-feira (5), a moeda recuou 0,63%, fechando a R$ 6,0089, mas na segunda-feira atingiu um recorde nominal, sendo cotada a R$ 6,0652 no fechamento.

A instabilidade cambial reflete as preocupações dos investidores com as contas públicas brasileiras. O mercado reagiu negativamente ao projeto de reforma do Imposto de Renda, que prevê a ampliação da faixa de isenção para rendimentos de até R$ 5 mil. Por outro lado, houve algum alívio após a aprovação, na Câmara dos Deputados, do regime de urgência para duas propostas do pacote fiscal do governo.

A próxima semana será marcada pela última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) neste ano. O mercado precifica uma alta da Selic, com 58% de probabilidade de elevação de 0,75 ponto percentual e 42% de chance de um aumento de 1 ponto, em meio a preocupações com uma economia superaquecida e riscos inflacionários.

Perspectivas

A trajetória do dólar e o comportamento do mercado financeiro seguem atrelados a fatores internos e externos. Nos Estados Unidos, a política do Fed e as decisões do governo Trump serão observadas de perto. No Brasil, as atenções estarão voltadas para o desdobramento das reformas fiscais e o impacto da política monetária na inflação e no crescimento econômico.

A semana que se inicia promete manter o mercado sob alta volatilidade, com os investidores equilibrando incertezas locais e globais na tentativa de precificar os riscos de curto e médio prazo.

 

 

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