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O Céu nublado para a Azul Linhas Aéreas: Fusões, prejuízos e desafios no mercado aéreo
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Fusão com a Gol e prejuízos bilionários levantam dúvidas sobre a viabilidade financeira e regulatória da Azul Linhas Aéreas no cenário atual.
Por Camaçari Notícias
Foto: Divulgação / Reprodução/Instagram/@azulinhasaereas e @voegoloficial
A Azul Linhas Aéreas enfrenta um cenário turbulento, com nuvens escuras se formando após o anúncio de sua possível fusão com a Gol Linhas Aéreas. A movimentação no mercado aéreo brasileiro, que concentra 62% do fluxo de passageiros nas mãos das duas empresas, levanta um grande questionamento: será que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovará a operação? A fusão pode representar um risco à concorrência, visto que as duas companhias dominam o mercado, deixando a Latam com os 38% restantes. O temor é que a concentração de poder nas mãos de apenas duas empresas prejudique o consumidor e reduza as opções no setor.
Além da questão regulatória, a Azul também enfrenta desafios internos. A empresa divulgou recentemente um prejuízo líquido de R$ 3,9 bilhões no quarto trimestre de 2024, conforme anunciado nesta segunda-feira (24). A companhia tentou tranquilizar seus investidores, alegando que as perdas são puramente contábeis, relacionadas à variação cambial, que impactou principalmente sua dívida dolarizada. No entanto, essa explicação não convenceu totalmente os especialistas.
Em um comunicado oficial, a Azul argumentou que, embora o câmbio tenha desvalorizado 30%, o impacto não altera o valor de suas aeronaves, pois essas são fixadas em moeda brasileira. A empresa ainda destacou que sua operação está gerando caixa e registrou um dos maiores lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do setor, o que manteve os investidores relativamente confiantes.
No entanto, o especialista em finanças Flávio Málaga, professor de finanças e PhD em administração, questiona essa visão. Para ele, o balanço patrimonial de uma empresa deve refletir o valor justo dos ativos e passivos, e a correção da dívida pela variação do dólar é necessária para captar o "fair value" da empresa. Málaga explica que, antes da reestruturação da Azul e da conversão de R$ 11 bilhões em dívida, a situação da companhia era insustentável, com um patrimônio líquido negativo de R$ 26 bilhões e uma dívida de R$ 30 bilhões.
Além disso, o professor aponta que a Azul possui poucos ativos próprios, já que muitas de suas aeronaves são alugadas, e que a variação cambial não afeta diretamente suas receitas. Apesar do aumento da dívida com a desvalorização do real, o impacto nos lucros e no patrimônio líquido da companhia é limitado.
"Se o objetivo das decisões corporativas é gerar valor e lucro, tanto a Azul quanto a Gol seguiram uma trajetória negativa nos últimos dez anos, com prejuízos sucessivos e destruição de patrimônio", alerta Málaga. Para ele, a fusão e a reestruturação podem ser os caminhos necessários para tentar reverter essa situação, embora os desafios sejam imensos.
Diante desse cenário, o futuro da Azul Linhas Aéreas e a possível fusão com a Gol permanecem em dúvida. Se a operação for aprovada, ela pode modificar o panorama do mercado aéreo brasileiro, mas, ao mesmo tempo, a companhia terá que lidar com as dificuldades financeiras que ainda persistem em seu caminho. O céu, por ora, continua nublado.
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