Guerra comercial EUA-China pode beneficiar Brasil, mas inflação pode pressionar

O governo de Lula vê oportunidades para o agronegócio brasileiro com a intensificação da guerra comercial entre China e EUA. Recentemente, a China impôs tarifas adicionais sobre produtos agrícolas dos EUA, como milho, soja e carnes. O Brasil pode se beneficiar como substituto natural desses produtos no mercado chinês, como ocorreu durante o mandato de Donald Trump, quando a China aplicou tarifas contra os EUA, favorecendo o Brasil.

Embora os ganhos na época tenham sido limitados pela trégua entre EUA e China em 2020, o Brasil consolidou-se como fornecedor confiável para a China. Em 2022, um relatório dos EUA reconheceu que o Brasil aumentou suas exportações agrícolas para a China, enquanto os EUA perderam mercado.

A nova tarifa chinesa, que entra em vigor em 10 de março, pode beneficiar o Brasil, especialmente no caso da soja, já que os EUA são os principais concorrentes nesse mercado. Embora haja menos potencial para o milho, a expectativa é que o Brasil também ganhe espaço nas exportações. Além disso, os setores de carne suína e frango também podem se beneficiar, com o Brasil sendo o principal fornecedor de aves para a China.

Mesmo com essas oportunidades, economistas alertam para o risco de aumento da inflação no Brasil, pois a alta da demanda externa pode pressionar os preços internos. A guerra comercial também ocorre em um momento de desafios inflacionários no país, agravados por um clima quente e falta de chuvas.

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