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Dólar fecha em alta e Ibovespa recua em meio a incertezas sobre tarifas dos EUA

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Dólar fecha em alta e Ibovespa recua em meio a incertezas sobre tarifas dos EUA

Investidores acompanham cenário global e medidas econômicas do governo brasileiro em meio à volatilidade do mercado.

Por: Camaçari Notícias

Foto: Dado Ruvic/Reuters

O dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira (24) em alta pela terceira vez consecutiva, refletindo a expectativa dos investidores em relação aos planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aos recentes comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A moeda norte-americana fechou com ganho de 0,65%, cotada a R$ 5,7528 na venda, após atingir a máxima do dia em R$ 5,7717, uma valorização de 1%.

Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, teve queda de 0,77%, encerrando o pregão com 131.321,44 pontos. O desempenho do índice reflete a apreensão dos investidores quanto às medidas econômicas globais e aos desafios fiscais do Brasil.

Cenário internacional e os planos de TrumpOs mercados estão atentos às políticas comerciais dos EUA, especialmente com a aproximação do prazo de 2 de abril, quando Trump deve anunciar novas tarifas recíprocas. Segundo informações da Bloomberg News e do The Wall Street Journal, o presidente norte-americano pode excluir setores específicos das novas taxas, reduzindo a tensão entre os parceiros comerciais.

Até o momento, Trump implementou tarifas de 20% sobre importações chinesas, 25% sobre aço e alumínio, e 25% sobre produtos do Canadá e México que violem regras do acordo comercial da América do Norte. A possibilidade de uma nova rodada de medidas protecionistas tem gerado preocupação nos mercados, que temem uma guerra comercial global e seus impactos na economia dos EUA, que já dá sinais de desaceleração.

“A notícia de que as tarifas podem ser mais direcionadas está deixando a moeda brasileira de fora do otimismo em relação ao dólar, uma vez que o Brasil se destaca por ter um dos maiores regimes tarifários”, afirmou Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank. Ele também ressaltou que países com desequilíbrios comerciais em relação aos EUA, especialmente os do G20, já estavam no radar das tarifas de Trump.

Cenário nacional e desafios fiscaisNo Brasil, os investidores também acompanham com atenção a trajetória das contas públicas, em meio às avaliações sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo estuda medidas para conter a inflação dos alimentos, o que pode afetar o cenário fiscal.

Em um evento promovido pelo jornal Valor Econômico, o ministro Fernando Haddad declarou que está confiante no funcionamento do arcabouço fiscal, mas destacou a necessidade de ajustes na estrutura da administração pública para garantir a sustentabilidade do sistema.

O mercado também está de olho na ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada nesta terça-feira (25). Na reunião anterior, o Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, no terceiro aumento consecutivo.

Além disso, o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, mostrou uma revisão nas projeções econômicas. A expectativa para a inflação (IPCA) caiu de 5,66% para 5,65%, enquanto a previsão de crescimento do PIB para 2025 passou de 1,99% para 1,98%.

Perspectivas para os próximos diasOs próximos dias prometem ser movimentados para os mercados financeiros. No cenário internacional, os investidores acompanharão de perto os desdobramentos das tarifas de Trump, enquanto, no Brasil, a divulgação da ata do Copom e novas declarações do governo sobre medidas fiscais podem influenciar o comportamento dos ativos financeiros.

A alta do dólar e a queda do Ibovespa demonstram a cautela do mercado em um ambiente de incerteza global e desafios domésticos, o que pode manter a volatilidade elevada nas próximas sessões.

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