Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Notícias

/

Economia

/

Aumento do diesel não resolve problema de defasagem de preço da Petrobras, dizem analistas

Economia

Aumento do diesel não resolve problema de defasagem de preço da Petrobras, dizem analistas

.

Por Pesquisa Web

(Foto: Divulgação/Petrobras)

A Petrobras informou que vai aplicar um aumento de R$ 0,36 por litro no preço do diesel vendido nas refinarias nas distribuidoras a partir de amanhã. O reajuste corresponde a um aumento de 8,87%. Com isso, o preço do litro do diesel passará de R$ 4,51 para R$ 4,91. A companhia informou ainda, em nota, que vai manter os atuais preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP).

Integrantes da equipe econômica evitaram comentar a decisão. O ministro da Economia, Paulo Guedes, não parou para ouvir perguntas da imprensa ao final do evento de lançamento da plataforma Monitor de Investimentos. Presente à cerimônia, o chefe da Secretaria Especial de Estudos Econômicos, Adolfo Sachsida, preferiu não comentar.

Veja as estimativas do mercado para eliminar a desfasagem em relação à paridade de preços internacionais (PPI)

XP

Com o reajuste de 8,87% nos preços do óleo diesel nas refinarias anunciado hoje, a Petrobras ainda precisaria aplicar um aumento de 12,6% para eliminar a desfasagem em relação à paridade de preços internacionais (PPI), estima a XP Investimentos.

Segundo André Vidal, chefe de óleo, gás e materiais básicos da XP, a defasagem passou a corresponder a R$ 0,62 por litro. A gasolina, acrescentou, apresenta uma defasagem de R$ 0,80 por litro, o que demandaria um aumento de 20,7% para fechar o desconto para a PPI.

A partir de amanhã, o preço médio de venda do diesel para as distribuidoras passa de R$ 4,51/litro para R$ 4,91/litro. O último reajuste da Petrobras nos preços do óleo diesel ocorreu há quase dois meses, em 11 de março.

StoneX

Os preços do diesel praticados pela Petrobras nas refinarias seguem 12% abaixo do mercado internacional mesmo depois do reajuste anunciado pela estatal na manhã de hoje, nos cálculos da consultoria StoneX.

Nas estimativas da consultoria, a gasolina está 10% abaixo do preço de paridade internacional (PPI), nas cotações de hoje pela manhã. A Petrobras vai passar a vender o litro do diesel às distribuidoras a R$ 4,91 a partir de amanhã, aumento de 8,87% em relação ao preço atual, de R$ 4,51 o litro.

O reajuste no diesel é o primeiro desde o dia 11 de março, quando a estatal aumentou em 24,9% o preço nas refinarias — na ocasião, a gasolina foi elevada em 18,7%. A companhia informou que vai manter o preço da gasolina, que está em média em R$ 3,86 o litro nas refinarias há 60 dias.

De acordo com o consultor em gerenciamento de risco da StoneX, Pedro Shinzato, o mercado nacional se adaptou a trabalhar com uma diferença de preços entre o combustível importado e o que é refinado nas refinarias da Petrobras no Brasil.

Com isso, explica, as distribuidoras se habituaram a trabalhar com preços médios entre o produto refinado no país e o trazido do exterior.

“As regiões que dependem mais de produtos importados têm a tendência de ter preços acima da média do praticado pela Petrobras, é o caso, principalmente, de Norte e Nordeste. Já nas regiões em que a Petrobras tem mais refinarias, como Sudeste, Centro-Oeste e Sul, a tendência é que os preços fiquem mais próximos aos praticados pela Petrobras, que estão abaixo do mercado internacional”, afirma Shinzato.

Ele complementa, ainda, que não espera um reajuste iminente na gasolina, mesmo com os preços da Petrobras ainda abaixo do mercado internacional. Segundo ele, há uma dificuldade maior de importar diesel para abastecer o mercado interno do que gasolina. “Vivemos um momento atípico para o diesel, que foi o combustível líquido mais impactado pela guerra na Ucrânia. O mercado de gasolina não está tão caótico quanto o do diesel, não vejo um mercado internacional tão estressado para a gasolina”, diz.

Citi

O reajuste de 8,87% no diesel anunciado pela Petrobras nesta segunda-feira reduz a defasagem internacional nos preços do combustível de 17% para 10%, estima o Citi. No entanto, a defasagem da gasolina se mantém em 19%, tendo sido reajustada pela última vez em março.

Os analistas liderados por Gabriel Barra escrevem que a companhia precisa manter a paridade internacional para fomentar a importação de combustíveis e evitar um possível desabastecimento no país.

O Citi tem recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo de US$ 16,10 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), potencial de alta de 14,3% sobre o fechamento da última sexta-feira.

Siga o CN1 no Google Notícias e tenha acesso aos destaques do dia. 

Relacionados

VER TODOS