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Número de acidentes de trabalho na Bahia cresceu 8,5% em 2024

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Número de acidentes de trabalho na Bahia cresceu 8,5% em 2024

Estado registra uma morte por acidente de trabalho a cada quatro dias nos últimos seis meses.

Por: Camaçari Notícias

Foto: Freepik

No primeiro semestre de 2024, a Bahia registrou uma média de uma morte a cada quatro dias por acidentes de trabalho. Neste Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho, esses números servem como um alerta para que as empresas adotem medidas eficazes para prevenir tais ocorrências no ambiente laboral. Em comparação com o mesmo período de 2023, houve um aumento de 8,5% nas notificações de acidentes, totalizando 7.292 ocorrências este ano, 575 a mais do que no primeiro semestre de 2023. No entanto, o número de óbitos em decorrência de acidentes de trabalho permaneceu estável, com 50 mortes no primeiro semestre de 2024 e 49 no mesmo período do ano passado, conforme dados da plataforma eSocial do Governo Federal.

É importante destacar que há uma grande subnotificação de acidentes, já que os dados são fornecidos pelos empregadores e não incluem a informalidade, explica Maurício Passos, auditor fiscal do trabalho e chefe de fiscalização do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Bahia. Segundo Maurício, embora a palavra “acidente” sugira algo inesperado, muitas dessas ocorrências poderiam ser evitadas. “Os fatores que contribuem para acidentes podem ser reduzidos quando as empresas cumprem a legislação adequada. Não é apenas a fiscalização que pode resolver o problema; os empregadores também precisam cumprir seu papel. Alguns fazem isso, mas outros não”, afirma.

Em 2023, o maior número de mortes ocorreu no transporte rodoviário de cargas (27), seguido pela construção civil (20), atividades agropecuárias (15) e indústrias de transformação (13). Juntas, essas áreas representam mais da metade dos óbitos registrados no ano, que somaram 107 no total.

A médica do trabalho Ana Paula Teixeira relatou um grande número de pacientes acidentados da construção civil. De acordo com Arilson Ferreira Santos, diretor de saúde do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracom-BA), muitas dessas ocorrências poderiam ser evitadas com um maior investimento em equipamentos de proteção coletiva. “Atualmente, as empresas fornecem equipamentos de proteção individual e um treinamento básico, mas um investimento mais robusto em proteção coletiva poderia ter evitado muitos acidentes. O novo Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) foca na proteção coletiva”, comenta. Exemplos de proteção coletiva incluem suporte de bandeja para trabalho em altura e sinalizadores de segurança.

Outro dado relevante de 2023 é que a maioria das vítimas fatais eram homens, com 105 dos 107 óbitos. Isso pode estar relacionado ao fato de que os homens predominam em áreas de maior risco, como transporte rodoviário de cargas e construção civil, explica Maurício. “Pode ser que a exposição dos trabalhadores do sexo masculino seja maior em certas atividades. Por exemplo, houve 39 mortes de motoristas (transporte rodoviário de cargas), e as mulheres caminhoneiras ainda são uma exceção. Na construção civil, a maioria dos pedreiros e ajudantes de pedreiro são homens, e esses grupos registraram 13 mortes”, acrescenta.

Adicionalmente, em 2023, 80 das mortes ocorreram em trabalhadores com mais de 30 anos e 77 em trabalhadores com ensino médio completo. Na Região Metropolitana de Salvador, 16 trabalhadores faleceram vítimas de acidentes de trabalho.

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