Paciente custodiado foge de hospital em Alagoinhas; homem usou lençóis para sair pela janela
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Bahia
Por Sites da Web
Segundo diretor do presídio, rebelião teria começado após briga entre facções (Foto: Ed Santos/Acorda Cidade)
A disputa entre dois traficantes pelo comando do tráfico de drogas dentro do presídio da cidade de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador, foi o que motivou a rebelião que resultou na morte de nove detentos no Pavilhão 10, em maio de 2015. Foi o que concluiu o inquérito da Polícia Civil que apurou as circunstâncias do motim. A investigação, que durou mais de dois meses, também identificou os autores dos homicídios e o mandante da chacina. Ao todo, foram decretadas 19 prisões preventivas, sendo 18 delas já cumpridas. O inquérito já foi remetido à Justiça.
Segundo o delegado João Uzzum, titular da 1ª Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (Coorpin/Feira de Santana), as mortes foram a mando do traficante Ronilson Oliveira de Jesus, conhecido como 'Rafael', que está foragido. Ele é suspeito de participação em diversos crimes, como tráfico de drogas, homicídios e roubos, e já chegou a ser condenado a 10 anos de prisão pelo assalto a um banco da cidade de Utinga, na região da Chapada Diamantina.
Líder de quadrilha de tráfico de drogas em Feira foi
mandante da chacina, concluiu inquérito.
Conforme o inquérito, que possui ao todo 500 páginas divididas em dois volumes, Rafael era rival do detento apelidado de "Haroldinho", que liderava o tráfico dentro do presídio e que foi morto durante a rebelião.
"Rafael queria dominar tráfico no do presídio, mas Haroldinho era quem liderava todos os pavilhões. Então, houve essa briga, e Rafael ordenou que seus comparsas que estavam dentro da cadeia realizassem a rebelião e cometessem os crimes contra os rivais de cela", disse o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, a investigação possibilitou a identificação dos autores dos homicídios. "Com exceção de Rafael, todos os outros envolvidos já estão presos. Agora, além de responder pelos crimes pelos quais já estavam presos, responderão por mais esse. Agora, a gente está em busca do mandante do crime, que já vai entrar para o Baralho do Crime da SSP [Secretaria de Segurança Pública da Bahia]", disse o delegado. O Baralho reúne os criminosos mais procurados do estado.
Todos os suspeitos de envolvimento nas mortes durante a rebelião foram transferidos para o presídio da cidade de Serrinha, localizado a 180 quilômetros de Salvador. Um deles, Raimundo Nonato dos Santos, de 38 anos, acabou sendo morto dias após a transferência. Ele foi encontrado com lençol enrolado no pescoço.
O delegado João Uzzum informou, ainda, que uma segunda fase das investigações será iniciada para apurar como drogas e as armas utilizadas para cometer os homicídios durante a rebelião em Feira de Santana entraram no presídio.
Rebelião
A rebelião foi iniciada no dia 24 de maio e encerrada somente no dia seguinte, após mais de 18h de negociações. Mais de 70 familiares de presos passaram a noite na unidade como reféns. O mandante estava preso há sete anos, respondendo por tráfico de drogas e por homicídios, mas havia sido solto um mês antes do motim.
As morte foram cometidas por tiros de revólveres e a facas. Uma força-tarefa formada por 26 pessoas, dentre delegados, investigadores e escrivães, foi instalada no presídio durante os dois dias de rebelião. Foram colhidos depoimentos de familiares e internos, e produzidas provas periciais, o que adiantou o inquérito policial e a identificação de todos os envolvidos, informou o delegado.
Segundo o delegado João Uzzum, além de atuar em Feira, "Rafael" comanda ponto de vendas de drogas em bairros de Salvador como Bairro da Paz, Alto do Coqueirinho e Itapuã. "Rafael" ainda não foi localizado pela polícia. Os investigados podem ser responsabilizados, além dos crimes pelos quais já respondem, por outros como formação de quadrilha e homicídios múltiplos. A vistoria realizada no local achou três armas de fogo e dezenas de facas.
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