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Bahia
Por: Sites da Web
Trezentas unidade do medicamento imunoglobulina, utilizado para o tratamento da Síndrome de Guillain-Barré, foram enviadas à Bahia pelo Ministério da Saúde para reforçar estoque por conta do aumento dos casos notificados da doença. Uma mulher de 26 anos já morreu dentre os 55 casos que são suspeitos no estado - os dois primeiros registros foram anunciados em junho e a vítima fatal está entre eles, segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Em Feira de Santana, uma menina de seis anos está internada no Hospital Estadual da Criança com a doença.
A Sesab informou que tem o medicamento imunoglobulina e que o suporte extra do ministério é uma medida preventiva. Além disso, 18 leitos de três hospitais de Salvador foram bloqueados apenas para atendimento de pessoas com suspeita da síndrome. Antes dos casos atuais, o estado não tinha o controle da doença porque o registro era compulsório para maiores de 15 anos, segundo a Sesab. A Síndrome Guillain-Barré é uma doença neurológica rara, que não tem causa definida, mas pode ser associada a doenças virais. Ela causa fraquezas ascendentes e paralisias flácidas, que costumam começar pelos membros inferiores e podem atingir as vias respiratórias. De acordo com informações do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem 35 procedimentos para tratamento da síndrome, entre diagnósticos, clínicos, cirúrgicos, de reabilitação e medicamentos.
Na quarta-feira, 250 profissionais de saúde se reuniram no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvadior, para discutir se a doença pode ter relação com três doenças que apresentam registros epidemiológicos no estado: dengue, chikungunya e zika. De acordo com a Sesab, a Bahia vive epidemia dessas três doenças. A dengue tem 45.538 notificações, a chikungunya 11.351 e, além disso, já são 32.873 de doença exantemática indeterminada, tipo a zika. A zika foi identificada a partir de fevereiro de 2015 após diversas ocorrências de casos de uma doença com sinais e sintomas que se assemelham a dengue, mas com características clínicas diferentes como manchas na pele e febre de baixa intensidade. No dia 21 de maio, o Ministério da Saúde informou a validação da metodologia utilizada pelos pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que identificaram a doença como Zika Vírus.
As cidades da Bahia que possuem maior número de casos notificados de Zika são Salvador (46,18%), Camaçari (16,32%), Jequié (3,75) e Porto Seguro (2,90%). Ao todo, eles somam 69,15% dos casos no estado. Já a dengue apresentou aumento de casos de 162,72%, de janeiro a junho deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram 17,333 casos. E os casos de chikungunya foram notificados em 177 municípios da Bahia. As informações são da Sesab.
Bahia em alerta
Segundo o subsecretário de Saúde, Roberto Badaró, o encontro dos profissionais de saúde nesta quarta-feira teve o objetivo de criar alinhamento na prestação adequada de atendimento. "O paciente deve ser encaminhado para leitos que já bloqueamos. O estado todo tem leitos bloqueados, exclusivos para atenção ao Guillain-Barré. Aqui na capital, temos no [Hospital] Roberto Santos oito leitos, temos seis leitos no Hospital Couto Maia e quatro leitos no Hospital das Clínicas. São leitos suficientes no momento para fazer essa atenção", afirmou Badaró. Badaró disse que o paciente com a suspeita da doença deve ir para um hospital que tenha capacidade de oferecer atenção necessária como ventilação respiratória e neurologista.
Além da morte relacionada à síndrome confirmada, outros dois casos de óbitos estão sendo investigados. "Uma das pessoas [atendidas], realmente, que foi hospitalizada em um dos hospitais da cidade. Ela evoluiu muito antes da ocorrência dos outros casos [notificados]. Ela está entre os primeiros casos [registrados]. A gente ainda não fez a confirmação sorológica, se realmente tem relação com a terceira epidemia [zika]", disse Badaró.
O subsecretário explicou que a Síndrome de Guillain-Barré pode ser provocada por qualquer vírus e não é uma doença nova. "É uma síndrome descrita há muitos anos. Qualquer vírus pode causar essa síndrome. Ela ocorre mais, na verdade, quando você tem a coincidência de mais de uma epidemia. Então, muito provavelmente, esse aumento no número de casos de Guilian-Barré se deve a essa coincidência de ter três epidemias", disse.
Ainda assim, Badaró alertou que não há confirmação de que a Zika cause Guillain-Barré, mas que ela é uma manifestação do próprio indivíduo na interação com algum tipo de vírus. "Não significa que é o vírus da zika que está causando Guilian-Barré. É preciso que as pessoas tenham isso em mente. Quem está causando a Guilian-Barré é uma manifestação do próprio paciente que experimentou mais de uma doença viral, que pode não ser nenhuma dessas. Pode ser exemplo o vírus da mononucleose. Pode ser a malária, por exemplo, que no nosso caso aqui, graças a Deus, não temos", explicou.
Também no evento, a médica infectologista e diretora do Hospital Couto Maia, Ceuci Nunes, relatou que notificou 12 casos de pacientes com suspeitas das doenças, sendo que um foi descartado. Além disso, relatou que outras três pessoas estão prestes a serem internadas com a suspeita. "Temos um caso grave. Um paciente que precisou ir para a UTI, mas a maioria dos nossos pacientes estão evoluindo bem. Tiveram alta grande parte e os que continuam internados tiveram boa evolução até o momento", relatou. Segundo Ceuci, um caso é considerado grave quando a paralisia provocada pela síndrome atinge as vias respiratórias. "Aí, esse paciente vai precisar de um auxílio para respirar", relatou. Informações do G1.
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