Policial militar confunde celular com arma e mata jovem de 20 anos

Alisson teria observado o interior do carro do policial, chamando a atenção do mesmo

 

Um policial militar atirou contra um jovem após confundir um celular puxado pela vítima com uma arma, na noite de domingo (21), no bairro do Derby, centro do Recife. A vítima, Alisson Campos da Silva, de 20 anos, chegou a ser socorrido ao Hospital da Restauração (HR), mas morreu.

Segundo informações colhidas pela Polícia Civil, o policial militar Dídimo Batista da Silva, do Batalhão de Choque, estava em seu carro particular parado no sinal vermelho da Avenida Agamenon Magalhães, no cruzamento com a Rua Henrique Dias. Alisson Campos chegou em seguida, na garupa da moto conduzida pelo primo, que se posicionou ao lado do carro. Os dois jovens teriam observado o interior do veículo, onde se encontravam outras pessoas, chamando a atenção do policial.

“Quando Alisson fez o movimento de puxar o celular na cintura, por baixo da camisa, o policial pensou que fosse uma arma”, conta a delegada Rosineide Confessor. De acordo com a delegada, tal versão foi contada tanto pelo primo da vítima quanto pelo autor do disparo. O policial efetuou o tiro de dentro do veículo.

“Ainda não é possível fazer juízo de valor desse tipo e dizer se o policial se precipitou. Mas o caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pela Corregedoria”, explica Confessor. O Batalhão de Choque também abrirá sindicância para investigar o fato. De acordo com a assessoria da Polícia Militar, Alisson fez menção de tirar um objeto da cintura anunciando um assalto. A Polícia Militar ainda destaca que o piloto tentou fugir, parando pouco depois.

O policial militar vai responder em liberdade e continua exercendo seu trabalho. Segundo a delegada, ele foi livrou do flagrante por ter feito o socorro de Alisson, ter acionado a Patrulha do Bairro para apoio e detalhado o ocorrido. Ao todo, seis pessoas foram ouvidas. O veículo e a arma do policial foram apreendidos. A investigação do caso ficará a cargo do delegado Bruno Magalhães, da Delegacia de Homicídios.