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Polícia
Menina foi resgatada no bairro Divinéia, em São Luís.
Por: G1
Menina foi resgatada no bairro Divinéia, em São Luís — (Foto: Reprodução/TV Globo)
O jovem de 25 anos, suspeito de trancar uma menina de 12 anos em uma quitinete após levá-la do Rio ao Maranhão, monitorava a vítima por meio de um aplicativo espião. A garota era procurada desde o dia 6 e foi encontrada nesta terça-feira (14), no bairro Divinéia, na periferia de São Luís.
De acordo com a polícia, o suspeito trabalhava em um açougue e, quando estava fora, costumava “espionar” tudo o que a vítima conversava pelo aplicativo, que foi instalado em celular entregue a ela.
“Tudo o que ela falava e com quem ela falava ele tinha acesso no outro aparelho. Ela sentia aquela dificuldade em conversar”, disse o delegado Marconi Matos, da Superintendência de Homicídios, em São Luís.
A polícia também procura pelo motorista de aplicativo que levou a menina da porta da escola em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, até o bairro da Divinéia, em São Luís. Ao todo, foram 3,1 mil quilômetros de viagem, em pelo menos dois dias dentro do automóvel, numa corrida que custou R$ 4 mil.
Suspeito e vítima conversavam há dois anos
A Polícia Civil informou que o suspeito estava há dois anos conversando com a menina de 12 anos que ele levou do Rio de Janeiro até São Luís, no Maranhão. O rapaz acabou preso em flagrante e deve responder por estupro de vulnerável, cárcere privado e sequestro.
De acordo com o delegado Marconi Matos, da Superintendência de Homicídios, em São Luís, o suspeito e a garota se conheceram pela rede social TikTok.
"Nós vimos, pela conversa, que ele passou dois anos aliciando a jovem através de um aplicativo que nós, muitas das vezes, deixamos nossos filhos à vontade. Então nós temos que ter um certo cuidado e vermos realmente o que nossas crianças estão fazendo no celular, no computador. Temos que redobrar a nossa atenção com nossos filhos para não cair em uma situação dessa aí", alertou o delegado.
Homem admitiu beijos
Em depoimento logo após ser preso, Eduardo da Silva confessou que beijou a menina "algumas vezes", mas negou que manteve relações sexuais. Pela legislação brasileira, a prática de ato libidinoso com menor de 14 anos já configura estupro, independentemente de haver relação sexual. A investigação ainda apontará se houve ou não relação sexual.
"Em uma primeira conversa, ele confessa que beijou ela algumas vezes, então já se caracteriza o crime de estupro, que é um ato libidinoso que, mesmo que ela tivesse vontade de fazer, ela só tem 12 anos de idade. Pela lei, a vontade dela não se perfaz, razão pela qual ele também tem que ser autuado pelo estupro de vulnerável", explicou o delegado.
Ainda segundo a polícia, a menina era tratada como se fosse "um brinquedo" para o suspeito, que a deixou sozinha e trancada dentro da casa onde ele morava. Por conta disso, ele também é investigado por sequestro e cárcere privado.
"A princípio, em tese, vislumbramos alguns crimes, como crime de sequestro. Ela só tem 12 anos de idade. Nós chegamos lá e ela estava sozinha dentro de casa, então tem o crime de cárcere privado; e também, em tese, o crime de estupro, já que ela só tem 12 anos de idade", disse.
"Ela estava presa em uma situação que ela achava 'comum' porque tinha algumas discussões em casa, que na realidade pode ser resolvido no seio familiar em uma conversa, em uma atenção que os pais precisam ter com os filhos", contou Marconi.
Pai viajou ao Maranhão
O pai da menina, Alessandro Santana, embarcou nesta quarta-feira (15) para São Luís, no Maranhão, para buscar a filha, que está abrigada na Casa da Mulher Brasileira - um centro de referência no atendimento a mulheres em situação de violência em São Luís.
Ele foi acompanhado de uma investigadora da Polícia Civil, que deverá cuidar da segurança e bem-estar dos dois na volta ao Rio de Janeiro.
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