Policial federal baiano é indiciado por tentativa de golpe de estado

O policial federal baiano preso em operação contra um grupo que planejou a morte do presidente Lula, foi indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado. Além dele, outras 36 pessoas também foram indiciadas por crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação é do Jornal Correio*

De acordo com a Polícia Federal, há fatos suficientes para considerar que Wladimir e os outros indiciados têm participação em um plano que tentou tirar o mandato do presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O relatório foi encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, deve enviar o material para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). Se a PGR compreender que existem elementos suficientes de um crime, fará a denúncia. O STF então decide se acolhe ou não a denúncia - em caso positivo, todos os indiciados viram réus.

‘Herói’ entre os vizinhos

Wladimir, conhecido como Mike Papa, foi criado no bairro de Roma, na Cidade Baixa. No bairro, quem o conhece desde novo afirma ter recebido com um susto a notícia da sua prisão, já que Wladimir sempre foi uma pessoa querida por todos. O agente sempre foi admirado pela carreira na Polícia Federal (PF), onde estava há 22 anos.

"Não tem o que falar dele aqui. É um cara gente boa, cresceu com a gente aqui. Fui na oficina consertar meu carro lá em Massaranduba e o assunto é esse lá também. Todos sem acreditar no que está acontecendo. Sempre foi um cara do bem, trabalhador e considerado um herói pelo trabalho na polícia. Todo o pessoal aqui o admira e se assustou com a notícia", contou ao repórter Wendel de Novais um homem que cresceu com Mike Papa, mas preferiu não se identificar.

Além do baiano, outras quatro pessoas foram presas na Operação Contragolpe da Polícia Federal: o general da reserva Mário Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo.

A família de Wladimir realiza uma vaquinha para pagar os advogados que vão ser contratados para defender o agente. Identificada como esposa do policial federal, Vanessa Isac Monteiro de Oliveira é a responsável pela vaquinha. No texto anexado à proposta de arrecadação, ela afirma que precisa do dinheiro por conta dos altos custos para a defesa do marido. "Venho solicitar o apoio de todos os amigos. Ele foi encaminhado à sede da PF e, até o momento, não temos informação sobre as acusações. Em razão disso, teremos custos muito altos com advogado", escreveu.

Ela não informou no texto o motivo pelo qual o marido foi preso. Em dois dias, a vaquinha divulgada pela família de Wladimir arrecadou R$ 14 mil.