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Cocaína 'envenenada': Argentina descarta uso de fentanil e ainda busca causa das mortes em 200 opioides

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Cocaína 'envenenada': Argentina descarta uso de fentanil e ainda busca causa das mortes em 200 opioides

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Por Pesquisa Web

Argentina busca causa das mortes por consumo de cocaína 'evendenada' em 200 opioides. Foto: Eliana Obregon

Uma semana após 24 pessoas morrerem e outras 84 serem hospitalizadas pelo consumo de cocaína adulterada na região metropolitana de Buenos Aires, na Argentina, autoridades ainda buscam a causa da intoxicação. A informação é do O Globo*

A suspeita inicial do uso de fentanil, substância cem vezes mais potente do que a cocaína, não foi confirmada nos primeiros testes, e peritos buscam agora entre 200 opioides qual foi o responsável por tornar a droga letal. A suspeita de que a mistura amadora e não convencional tenha sido feita sem controle em uma “cozinha” ilegal dificulta ainda mais o trabalho.

— Temos que analisar um grande número de amostras sem saber o que estamos procurando. O que estamos procurando? Fentanil, como diz a imprensa? Ou a infinidade de venenos que podem existir, como o cianeto? Quanto mais impura e mais mistura de coisas a amostra tiver, mais difícil será detectar uma substância. Por enquanto, os açúcares redutores apareceram, mas é preciso dizer à máquina que tipo de substância procurar e ver se ela encontra — explicou uma fonte, que não quis se identificar, ao jornal espanhol El País.

A certeza da presença de um opioide letal surgiu de uma conclusão clínica: os cem pacientes que chegaram aos hospitais na quarta-feira da semana passada foram tratados com naloxona, o antídoto usado para esse tipo de substância. Por isso o fentanil foi considerado. Ele é comumente usado em salas de cirurgia como anestesia, e, apesar de já ter provocado mortes quando misturado à cocaína nos Estados Unidos, é muito caro e ausente do mercado negro do tráfico de drogas na Argentina.

A Argentina não tem experiência nesse trabalho, porque nunca teve que lidar com ele. O uso de drogas é dominado por cocaína e maconha. Substâncias como a heroína são minoria.

— Não existem métodos rápidos, eficazes e comprovados desenvolvidos na Argentina para determinar se existe fentanil; estamos na tentativa e erro —  disse a fonte.

A possibilidade de a adulteração ter sido resultado de uma briga entre traficantes que atuam na capital foi descartada. Muito provavelmente, um "cozinheiro" encarregado das doses cometeu um erro nas proporções da mistura. Também existe a hipótese de o caso ter sido um ensaio para introduzir no mercado argentino um novo tipo da droga.

Ao todo, dez pessoas foram presas por envolvimento na adulteração, incluindo o que seria o dono do lote adulterado, o traficante paraguaio Joaquín Aquino, conhecido como El Paisa, de 33 anos.

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