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Tatiana Borsa e Camila Kersch publicaram uma nota no Instagram sobre a divulgação da gravação.
Por: Camaçari Notícias
Após o vazamento de um áudio no qual Nego Di detalhava a estratégia usada para amenizar as denúncias de golpe envolvendo a sua loja virtual Tádizuera, a defesa do humorista emitiu uma nota sobre o caso. A informação é do portal Metrópoles*
Tatiana Borsa e Camila Kerschm advogadas do ex-BBB, explicaram o conteúdo da gravação: “Em relação ao áudio de Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, a defesa esclarece que seu cliente iniciou o ressarcimento de pessoas que compraram na loja em que ele prestou serviço de divulgação. A intenção foi, sim, amenizar a situação, após uma série de perseguições, sendo que havia facilidade de localização, por se tratar de uma pessoa pública”, começaram.
E continuaram: “Com o aparecimento em massa de pessoas que não realizaram qualquer compra no site em questão, Dilson concentrou esforços na identificação dos clientes reais. Após tomar conhecimento dos valores necessários para atender os compradores, o cliente vendeu um veículo para dar início os pagamentos”, afirmaram.
Em seguida, as representantes de Nego Di analisaram o conteúdo das denúncias: “Fatos como o desconhecimento dos clientes e dos produtos vendidos, bem como toda a narrativa do processo, evidenciam a condição de Nego Di como vítima de um golpe, que resultou em danos irreversíveis para a sua imagem no Brasil”, disseram.
No fim, a defesa lamentou a divulgação de partes do processo: “Mesmo nessa posição, o influenciador digital, com boa fé, tentou solucionar o problema enquanto esteve em liberdade. A defesa lamenta, ainda, o constante vazamento de fragmentos do processo, que divulgados isoladamente, potencializam o pré-julgamento de seu cliente”, encerraram.
O conteúdo do áudio
Um áudio divulgado pela Band News neste mês mostrou a estratégia usada por Nego Di para amenizar as denúncias de golpe envolvendo a sua loja virtual Tá Di Zuera. Na gravação, o ex-BBB fala de ressarcir clientes para diminuir a insatisfação dos clientes.
“Isso é o que eu vou pedir mais uma ajuda nessa questão. Preciso fazer uns estornos estratégicos, tá? Porque eu acho que não é novidade, não vou conseguir ressarcir todas as pessoas”, disse ele no áudio, que seria uma conversa com um amigo.
Ele continuou: “Preciso fazer os estornos estratégicos, assim, afim de acabar com a manifestação e incômodos. Então, queria ver se tu tinha mais ou menos uma relação de umas 10 mais, assim. Que tipo, tu acha, esse aqui, pagando, vão dar uma amenizada”, falou.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Nego Di usou da popularidade para dar credibilidade às promoções, abaixo do valor de mercado.
A prisão de Nego Di
No último dia 14, Nego Di foi detido em Jurerê, Santa Catarina. O ex-BBB que está sendo investigado por lavagem de dinheiro através de rifas virtuais, prática proibida, já respondia por estelionato desde 2022. A Polícia Civil decretou prisão preventiva por suspeita de lesar seguidores em R$ 5 milhões.
A suspeita é que o humorista tenha dado um golpe em 370 pessoas, depois de anunciar produtos numa loja virtual, onde é sócio, Tadizuera. Os clientes fizeram a compra dos produtos, por valores abaixo do mercado, mas nunca receberam as mercadorias.
No ano passado, o sócio de Nego Di na empresa, Anderson Boneti, também teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. O rapaz foi preso na Paraíba, em fevereiro, mas solto alguns dias depois.
A Tadizuera operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022, até a Justiça exigir que a loja fosse retirada do ar. Nego divulgava os produtos nas redes sociais com preços impressionantes, como uma TV de 65 polegadas, por exemplo, que custava apenas R$ 2,1 mil. No mercado formal, o valor não sai por menos de R$ 3,5 mil.
O inquérito da Polícia Civil apontou que o comércio não com estoque para honrar as vendas e que o famoso prometeu que as entregas seriam feitas, mesmo sabendo que não existiam produtos suficientes. Mesmo assim, ele usou o dinheiro das negociações.
Na sexta (12/7), o comediante foi alvo de uma operação do Ministério Público que cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência dele. Na ocasião, sua esposa, Gabriela Sousa, foi presa depois de agentes encontrar uma arma de fogo, de uso restrito das Forças Armadas, sem registro. A moça pagou fiança de R$ 14 mil para ser libertada.
Pedido de liberdade negado pela Justiça
Na última terça-feira (30/7), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) divulgou que a defesa de Nego Di teve o pedido de liberdade negado. O ex-BBB vai continuar preso preventivamente sob a acusação de estelionato. Ele foi detido no último dia 14, depois de ter aplicado golpes nos seus seguidores, depois de divulgar uma loja de eletroeletrônicos, na qual é sócio, que não entregava as mercadorias.
Anderson Bonetti, parceiro de Nego Di no negócio, também foi detido. As vítimas tiveram um prejuízo estimado em R$ 5 milhões, de acordo com a investigação da polícia. Acredita-se que em torno de 400 pessoas foram enganadas pelo humorista, que fazia propaganda da empresa nas redes sociais, onde acumulava mais de 10 milhões de admiradores.
As advogadas Tatiana Borsa e Camila Kersch, que defendem o comediante, alegaram através de uma nota oficial que “juridicamente, não há fundamentos sobre os fatos narrados na denúncia para manutenção da prisão”. As especialistas ainda lembraram que “cabe ressaltar, ainda, que a juíza não considerou que já há uma grande quantia paga às supostas vítimas”.
No entanto, a juíza Patrícia Pereira Krebs, que deferiu a decisão, frisou que “a defesa não apresentou novos argumentos capazes de afastar os fundamentos considerados pelo Juízo, no decreto prisional”. Há duas semanas, Nego Di teve o habeas corpus negado.
A nota de defesa de Nego Di na íntegra
A defesa de Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, lamenta que tenha sido negado o seu pedido de revogação da prisão preventiva. Juridicamente, não há fundamentos sobre os fatos narrados na denúncia para manutenção da prisão. Cabe ressaltar, ainda, que a Juíza de Direito da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas não considerou que já há uma grande quantia paga às supostas vítimas.
É de conhecimento público as ações realizadas por Dilson durante o estado de calamidade pública que assolou o Rio Grande do Sul, bem como as manifestações dele relacionadas à inércia do Poder Público nas medidas necessárias para salvar vidas naquele momento. Chama a atenção da defesa a coincidência de instauração de procedimento para investigação de lavagem de dinheiro e o andamento da ação de estelionato, que teve início em 2022, com relatório final da autoridade policial em agosto de 2023, mas só em maio deste ano começou a tramitar com pedidos relativos à prisão preventiva.
Lamentamos o pré-julgamento e espetacularização do caso, principalmente, daqueles que são responsáveis por conduzir as investigações. Registra-se, ainda, a preocupação com os constantes vazamentos de informações do processo que tramita em segredo de justiça, sem que exista um posicionamento claro da Justiça quanto a isso, nem qualquer movimento para estancar essas falhas.
A defesa seguirá trabalhando e acreditando na justiça, com total confiança na inocência de Dilson e no real esclarecimento dos fatos que envolvem as acusações.
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