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Denúncias de maus-tratos na fábrica da BYD na Bahia exigem respostas e mobilizam autoridades.
Por: Camaçari Notícias
As denúncias apontam que a maioria dos trabalhadores submetidos a essas condições é de chineses, contratados por empresas terceirizadas do país asiático, como Jinjiang Group, Open Steel e AE Corp. Essas empresas são responsáveis pela terraplanagem e montagem das estruturas da nova fábrica. Ao todo, cerca de 470 operários chineses estão envolvidos no projeto.
Em Camaçari, Bahia, a construção da primeira fábrica de automóveis elétricos da empresa chinesa BYD no Brasil tem sido palco de graves denúncias envolvendo condições precárias de trabalho e violações de direitos humanos. Segundo relatos recebidos pela Agência Pública, trabalhadores chineses estão sendo submetidos a situações degradantes, agressões físicas e jornadas exaustivas. As denúncias incluem falta de água potável, alojamentos inadequados e violações às normas de segurança do trabalho.
Condições precaríssimas e agressões
Imagens e vídeos que circulam nas redes sociais mostram trabalhadores bebendo água de poças formadas no canteiro de obras e operários sem equipamentos de proteção individual, como capacetes. Há também relatos de agressões físicas realizadas por mestres de obras, também chineses, contra operários que teriam descumprido ordens ou não atendido às demandas no tempo estipulado. Um dos episódios, datado de 9 de outubro, mostra um trabalhador caído após ter sido golpeado pelas costas.
Trabalhadores expostos a exploração
Apesar de os trabalhadores brasileiros não enfrentarem as mesmas condições, as denúncias destacam que os chineses estão submetidos a rotinas intensas, sem direito a pausas adequadas. Além disso, as dificuldades de comunicação entre os trabalhadores chineses e brasileiros agravam a situação, dificultando a formalização de denúncias.
Respostas e investigações
Durante visita técnica realizada na manhã desta segunda-feira (2), que contou com a presença de autoridades do governo e da imprensa nacional, o vice-presidente da BYD Brasil, Alexandre Baldy, prestou esclarecimentos sobre as denúncias. Ele afirmou que a empresa está comprometida em investigar e solucionar as questões apontadas, reforçando que todas as operações seguem rigorosamente as leis brasileiras. Baldy destacou ainda que medidas corretivas estão sendo tomadas em parceria com as terceirizadas responsáveis pelas obras. Procuradas, a BYD declarou que cumpre rigorosamente as leis brasileiras e que as obras da fábrica seguem todas as normas legais, incluindo a licença de instalação aprovada pelo governo do estado. No entanto, a empresa não respondeu às denúncias específicas de violência e maus-tratos.
“Hoje nós abrimos as portas para a opinião pública, para os profissionais da imprensa e autoridades, para reafirmar que o compromisso da BYD é com o Brasil, com os brasileiros, e com o respeito restrito a legislação brasileira. Não há aqui qualquer desrespeito a dignidade humana, aqui não será tolerado qualquer desrespeito a relação de pessoas. Nós já enviamos o pedido de cancelamento daqueles que aqui por ventura tiveram envolvimento numa troca de acusações ou troca de contatos pessoais que não condizem com a atitude de relação entre pessoas, pra que eles possam ter os seus vistos cancelados e o retorno a China promovido”, destacou Alexandre Baldy.
No último dia 11 de novembro, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal realizaram uma inspeção no local. Segundo o MPT, um inquérito foi instaurado para investigar as denúncias de condições de trabalho inadequadas e agressões físicas. A vistoria identificou a necessidade de ajustes pontuais, mas detalhes das inconformidades não foram divulgados.
Contexto e impactos locais
A instalação da BYD em Camaçari foi amplamente celebrada como uma vitória econômica pelo governo da Bahia. O terreno de 4,6 milhões de metros quadrados, anteriormente ocupado pela Ford, foi adquirido pelo governo estadual e revendido à BYD por R$ 287,8 milhões. O investimento total previsto é de R$ 5,5 bilhões, com promessas de gerar mais de 20 mil empregos.
Direitos trabalhistas e exigências legais
A advogada Ana Paula Studart, especialista em direito trabalhista, enfatiza que a legislação brasileira assegura aos trabalhadores estrangeiros os mesmos direitos dos brasileiros, incluindo jornada de trabalho de 44 horas semanais, adicional de férias e condições seguras de trabalho. Empresas estrangeiras instaladas no Brasil também devem cumprir normas de saúde e segurança do trabalho para proteger seus funcionários.
Em caso de violações, os trabalhadores podem buscar suporte junto ao MPT e sindicatos locais. As investigações em curso podem trazer à tona novas informações e exigir mudanças imediatas no canteiro de obras. A expectativa é que as denúncias mobilizem órgãos públicos e pressionem a BYD e suas terceirizadas a corrigirem os problemas relatados.
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