Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Notícias

/

Saúde

/

Brasil retoma certificação de país livre do sarampo após cinco anos

Saúde

Brasil retoma certificação de país livre do sarampo após cinco anos

País não registra caso de sarampo desde 2022.

Por: G1

Foto: Freepik/Banco de imagens

O Brasil está, novamente, livre do sarampo. Nesta terça-feira (12), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) entregou ao Ministério da Saúde a recertificação de eliminação do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC).

O país já havia sido classificado como zona livre do sarampo em 2016. No entanto, acabou perdendo o certificado em 2019 após surtos da doença. Entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019, o Brasil registrou 10.374 casos. O pico foi atingido em julho de 2018, com 3.950 casos.

Em junho, o Brasil completou dois anos sem casos autóctones (com transmissão em território nacional) de sarampo — o último foi confirmado em 5 de junho de 2022, no Amapá. Todos os registros da doença foram de indivíduos que vieram do exterior.

Para cumprir os critérios de recertificação, o Brasil precisou demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo durante pelo menos um ano, além de ter fortalecido o seu programa de vacinação de rotina, a vigilância epidemiológica e a resposta rápida a casos importados.

"Desde lá a vigilância se intensificou, a cobertura vacinal aumentou e conseguimos a recertificação. Avançamos em todos os processos, principalmente nas coberturas vacinais", explica o infectologista Renato Kfouri, presidente da Câmara Técnica do Brasil de Verificação da Eliminação do Sarampo.

O sarampo é uma doença extremamente contagiosa e grave, que pode ser evitada por vacina. Estima-se que uma pessoa infectada pode contaminar outras 12 ou 18 pessoas. A transmissão ocorre por meio das secreções do nariz e da boca expelidas ao tossir, respirar ou falar.

Os principais sintomas são manchas vermelhas no corpo e febre alta, acompanhados de tosse seca, conjuntivite, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. A doença pode deixar sequelas e até causar a morte. Entre as complicações estão: pneumonia, infecção no ouvido, encefalite aguda e morte.

Vigilância continua

Eliminar uma doença é uma grande conquista para um país. Mas, para mantê-la longe, é preciso proteger a população, já que o vírus continua circulando no mundo. Como? Vacinando.

"Se conseguirmos manter a população vacinada, nos manteremos livres do sarampo", afirma Kfouri, que também é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Se alguém com sarampo de outro país encontra alguém suscetível no Brasil, alguém que não esteja protegido, o vírus pode voltar a circular e podemos ter casos autóctones (com transmissão em território nacional).

Por isso, não é porque o país está "livre do sarampo" que devemos baixar a guarda. A vacina que protege contra o sarampo é a tríplice viral (que também imuniza contra rubéola e caxumba) e está disponível na rede pública para todas as pessoas de 12 meses a 59 anos.

As crianças tomam uma dose da tríplice viral aos 12 meses e outra aos 15 meses. Só quem não tomou as duas doses quando criança ou não completou o esquema vacinal é que precisa tomar o imunizante na fase adulta: duas doses, com um mês de intervalo, para quem tem até 29 anos e uma dose para pessoas de 30 a 59 anos.

A cobertura vacinal da primeira dose, que chegou a pouco mais de 95% em 2016, caiu para 74% em 2021. Neste ano, segundo o painel do Ministério da Saúde, já chegou a 91%. Já a segunda dose registrou um número ainda menor nos últimos anos, mas vem crescendo — já superou os 80% em 2024.

Siga o CN1 no Google Notícias e tenha acesso aos destaques do dia.

Relacionados