Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies
Saúde
Por: Pesquisa Web
O surto de microcefalia em recém-nascidos do Nordeste continua a preocupar as famílias e as autoridades brasileiras. No total, já foram notificados 399 casos da doença no país (sendo 268 no estado de Pernambuco), e alguns especialistas sugerem que as mulheres adiem os planos de gestações ou evitem o contato com pessoas doentes.
Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, dois exames de fetos com a doença identificaram a presença do vírus zika, que é transmitido pelo mesmo mosquito agente da dengue. “A presença do vírus não é apenas uma coincidência”, disse o diretor do Departamento de Doenças do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, ao veículo.
A infectologista pediátrica Ângela Rocha, professora da disciplina de doenças infecciosas e parasitórias da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco e chefe do setor de infectologia pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, afirma que não existe a recomendação oficial de evitar gravidezes. “Estamos trabalhando com a Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco. Entendemos que a decisão deve ser feita pelo casal. Eles devem ser prudentes, e cada uma tem que avaliar se deve ou não engravidar. A situação é grave e temos recomendações”, pontua.
As orientações são:
– intensificar o pré-natal: de acordo com Ângela, mais do que nunca, ele precisa ser bem feito, com visitas regulares e programadas ao médico. “Se ela tiver problemas entre uma consulta e outra, deve voltar ao obstetra, que vai tomar medidas, como repetições de ultrassons”.
– cuidados com o mosquito: a médica frisa que nem todo repelente pode ser usado pelas gestantes. Para achar o produto ideal, consulte o seu obstetra. É aconselhável também que as mães fiquem em áreas mais protegidas, que coloquem telas protetoras nas janelas. “Evite contato com pessoas com sintomas”. Além disso, é preciso continuar a seguir as medidas que diminuem a proliferação do aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue, da zika e da febre chikungunya).
Relação entre a doença e o vírus
De acordo com Ângela, as autoridades estão promovendo uma investigação profunda e cuidadosa. “O que sabemos com segurança é que vários vírus circularam na região (Pernambuco e outros estados nordestinos) ao mesmo tempo. E, entre eles, estavam a zika, a chikungunya e a dengue”.
Como a dengue não é uma doença “nova” para Pernambuco, nem para o restante do país, as suspeitas recaem sobre as outras, uma vez que as outras causas associadas (toxoplasmose, citomegalovírus e sífilis) foram descartadas. “Se realmente for o mesmo vetor, é fácil de o vírus circular”, fala a infectologista. Ou seja, outros estados que tiveram casos de zika, como São Paulo e Rio de Janeiro, podem também verificar casos de microcefalia.
“O estado de Pernambuco está sendo bem criterioso. Com a investigação, a intenção é descobrir a causa infecciosa o mais rápido possível para saber quais condutas serão tomadas”, afirma.
O que é a microcefalia?
A microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor do que o normal, que é superior a 33 cm.
A anomalia pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação. Os nascidos com a doença precisam de acompanhamento terapêutico, que podem amenizar o desenvolvimento de microcefalia, que causa déficit intelectual e atraso na fala e habilidades motoras.