Conflito entre prefeitura e governo do estado marca projeto de Polo Audiovisual em Plataforma

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, confirmou nesta quinta-feira (27) durante evento na Vila Militar, no Bonfim, a instalação de um Polo Audiovisual no bairro de Plataforma, localizado no Subúrbio Ferroviário. A nova estrutura será um complexo de estúdios, chamado Salcine, com o objetivo de transformar Salvador em um polo de referência para produções audiovisuais, como filmes, novelas, séries e videoclipes.

O projeto, anunciado pela Prefeitura em dezembro de 2024, visa criar uma infraestrutura para abrigar gravações de diversos conteúdos audiovisuais e impulsionar a economia local. Bruno Reis destacou a importância do Polo para a geração de empregos e o fortalecimento da cultura da cidade, ressaltando o potencial de revelar talentos para o Brasil e o mundo. "Para a gente fazer a gravação de novelas, minisséries, séries e clipes, vejo vocês. Hoje temos equipamentos e os recursos, e agora, vamos gerar empregos, oportunidades e vamos revelar vários talentos, para trabalhar na televisão brasileira, nos teatros pelo Brasil e pelo mundo, para estimular a nossa música, que é o grande diferencial que nós temos", afirmou o prefeito.

Contudo, o local escolhido pela Prefeitura para o projeto do Polo Audiovisual tem gerado controvérsias. Desde dezembro de 2023, o Governo da Bahia também havia anunciado um plano para a mesma área, com a criação do Parque das Ruínas. O espaço, que seria integrado às obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), tem como proposta a construção de infraestrutura para pescadores e marisqueiras, além de atividades culturais voltadas para a comunidade local.

A disputa entre os dois projetos levanta questões sobre a utilização do espaço e as prioridades para o desenvolvimento da região. Enquanto a Prefeitura aposta na criação de um polo de mídia para fortalecer o setor audiovisual, o Governo do Estado busca promover uma área voltada à preservação cultural e ao bem-estar da população local.

Agora, o futuro da área de Plataforma está em xeque, com as autoridades municipais e estaduais dividindo visões sobre o melhor uso para o local. A disputa pode impactar o desenvolvimento da região, que tem grande potencial para abrigar iniciativas de caráter cultural e econômico, mas que agora enfrenta desafios em meio a esse impasse.