Maioria dos brasileiros defende que Bolsonaro desista de nova candidatura, revela Datafolha

Uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta semana, aponta que 67% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria abrir mão de uma nova candidatura à Presidência da República. O levantamento, realizado entre os dias 1º e 3 de abril de 2025 com mais de 3 mil entrevistados em 172 municípios, revela um cenário de desgaste político para o ex-mandatário, que está inelegível até 2030 por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apesar da condição jurídica, Bolsonaro mantém a narrativa de que pretende disputar as eleições de 2026, o que, segundo analistas políticos, pode comprometer o desempenho de possíveis aliados na corrida presidencial. Entre os nomes apontados como possíveis herdeiros do capital político do ex-presidente, destacam-se a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (23%), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (21%) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (14%).

A pesquisa também revela uma divisão entre os próprios apoiadores: enquanto 63% dos eleitores que se identificam como bolsonaristas defendem a candidatura do ex-presidente, outros 36% acreditam que ele deveria abrir espaço para um novo nome. Internamente, aliados temem que a insistência em manter o projeto eleitoral até o último momento prejudique o lançamento de uma alternativa competitiva da direita.

Paralelamente à questão eleitoral, Bolsonaro enfrenta um cenário jurídico delicado. Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 2022, o ex-presidente pode enfrentar penas que ultrapassam 40 anos de prisão, caso seja condenado. No próximo domingo (6), Bolsonaro convocou seus apoiadores para uma nova manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, em defesa da anistia aos presos do 8 de janeiro.

O resultado da pesquisa Datafolha não apenas evidencia a divisão no eleitorado conservador, mas também pressiona o campo bolsonarista a repensar sua estratégia para 2026 diante de um cenário jurídico incerto e de um eleitorado que demonstra cansaço com a figura do ex-presidente.

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