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Camaçariense é selecionada para representar o Brasil no Fórum da Juventude da ONU

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Camaçariense é selecionada para representar o Brasil no Fórum da Juventude da ONU

Jovem ativista de Camaçari, Camily Guimarães, será a voz do Brasil no Fórum da Juventude da ONU e busca apoio para viabilizar sua participação

Por: Camaçari Notícias

Foto: Rudson Santos

A jovem Camily Guimarães Carvalho, de Camaçari, está prestes a levar sua voz para um dos maiores palcos internacionais de debates sobre o futuro da juventude. Selecionada para o Fórum da Juventude do Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC Youth Forum), que ocorrerá entre os dias 15 e 17 de abril de 2025, em Nova York, ela representará o Brasil em discussões sobre equidade de gênero e educação.

Formada pelo Instituto Federal da Bahia – Campus Camaçari, Camily tem uma trajetória marcada pelo ativismo social. Integrante de iniciativas como Technovation Girls e Girl Up, ela busca ampliar oportunidades para mulheres na tecnologia e na liderança. Seu engajamento já resultou na publicação de artigos internacionais e na experiência como Deputada Jovem na Câmara dos Deputados, onde teve a chance de vivenciar de perto o funcionamento das políticas públicas.

Em entrevista ao Camaçari Notícias, Camily destacou desafios enfrentados pelas mulheres em sua comunidade e a importância de iniciativas voltadas para a educação e equidade de gênero. “A gente não tem muita representação política na cidade, então é difícil fazer com que a nossa voz seja ouvida, eu estava no plenário da Câmara e eu consegui ver as duas vereadoras falando e abordando particularidades relacionadas às mulheres, mas mesmo assim a gente não tem uma pauta tão específica, que trata dos problemas que a gente enfrenta. Os problemas que eu mais vejo as mulheres da minha comunidade passando são de violência doméstica. A gente tem o Centro de Referência e Atendimento à Mulher que já faz um trabalho ótimo, mas mesmo assim ainda falta discussão sobre o assunto, para que se possa debater sobre a raiz desse problema que é a educação de meninos e meninas, isso vem desde a escola e do ambiente familiar, não é nada fácil resolver isso. A gente precisa de mais organizações como a Girl Up. A gente precisa colocar realmente isso, para que o público entenda que a mulher simplesmente ir ao Centro de Atendimento e Referência à Mulher talvez resolva o problema para essa mulher, mas trata-se de um problema sistêmico. Então a gente precisa de todo mundo falando de como a educação de meninos e meninas influencia na forma como eles vão atuar na sociedade. Outro problema que me preocupa muito é a questão da gravidez na adolescência e eu acredito que programas focados em educação sexual seriam algo que ajudaria a resolver o nosso problema potencialmente”, destacou Camily.

Outro ponto levantado por Camily foi a falta de engajamento dos jovens na política. “É muito difícil fazer com que os jovens se engajem na tomada de decisões de políticas públicas porque, na sociedade brasileira, a gente tem as nossas próprias pautas como jovens e os políticos que estão no poder não necessariamente nos representam, só nós mesmos vamos conseguir realmente falar sobre os nossos problemas com competência. Eu acredito que faltam programas de liderança na própria cidade, que encorajem os jovens e que deem a confiança para eles poderem fazer isso. A maioria dos jovens está ocupada com o seu primeiro emprego e preocupada em ajudar a própria família e em conseguir garantir uma vaga na universidade também e acaba sobrando pouco ou nenhum tempo para poderem investir em lideranças e para tentar resolver problemas que afetam as suas comunidades. Outra preocupação é que a educação brasileira não foca nesse aspecto de liderança, vale ressaltar que esse é um problema que acontece aqui em Camaçari também. Atualmente eu trabalho com extracurriculares, atividades que a gente faz fora da escola e ajuda a gente a descobrir quais são as nossas paixões e como podemos ser líderes em nossas vidas, não temos esses programas nas escolas brasileiras, e se temos são poucos”, afirmou Camily.

Apesar da conquista de representar o Brasil na ONU, Camily agora enfrenta um grande desafio: arcar com os custos da viagem para Nova York, que giram em torno de R$ 15 mil. Para viabilizar sua participação, ela está mobilizando a comunidade e buscando apoio financeiro. “Essa é uma oportunidade única não só para mim, mas para todas as jovens que, como eu, querem ver suas pautas discutidas em um cenário global. Infelizmente, nem todos conseguem estar nesses espaços por questões financeiras, e eu quero mudar essa realidade”, enfatizou.

Interessados em contribuir para essa missão podem fazer doações via PIX: 090.757.665-64.

A presença de Camily no Fórum da Juventude da ONU reforça a importância da representatividade e do protagonismo jovem na construção de políticas públicas mais inclusivas e eficazes. Seu esforço para levar a voz da juventude baiana ao cenário global reflete o poder transformador do engajamento e da luta por um mundo mais igualitário.

Por: Igor Santiago

 

 

 

 

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