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Trabalho informal predomina em algumas regiões do Brasil, apesar da menor taxa de desemprego
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Desemprego em baixa, informalidade em alta: o paradoxo do mercado de trabalho brasileiro em 2024
Por: Camaçari Notícias
Foto: Divulgação / Freepik
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Trimestral, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revelam um cenário paradoxal no mercado de trabalho brasileiro: embora 2024 tenha registrado a menor taxa de desemprego da história, a informalidade segue em alta, especialmente em algumas regiões do país, como a Bahia. O índice de pessoas com trabalho sem carteira assinada permanece superior a 50%, desde o início da série histórica.
Na Bahia, por exemplo, a taxa de informalidade se mantém acima dos 50%, o que reflete uma realidade que é sentida em diversas localidades do Brasil. O jornal O Globo aponta que, apesar do recorde de 1,8 milhão de trabalhadores com carteira assinada via Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 2024, mais da metade dos 51,4% de trabalhadores ocupados ainda não possuem vínculo formal.
Especialistas apontam que a prevalência do trabalho informal é resultado de vários fatores, como desvalorização salarial, a busca por maior flexibilidade de horário e as longas distâncias entre residência e local de trabalho. Além disso, a pandemia acelerou essa tendência, com muitas pessoas sendo forçadas a recorrer ao trabalho informal para garantir a sobrevivência.
João Saboia, professor emérito do Instituto de Economia (IE) da UFRJ, destaca que, para aqueles com baixa escolaridade, a perspectiva de obter uma boa renda com trabalho formal é extremamente baixa. Isso leva muitas pessoas a optarem pela informalidade como uma solução viável, já que permite maior autonomia. "As pessoas gostam de ter a carteira assinada, mas se a renda for muito baixa, é melhor recorrer à informalidade e trabalhar por conta própria", disse Saboia em entrevista ao Globo. Ele também ressalta o apelo de ser "dono do próprio nariz", sem a interferência direta de um empregador.
A formalização do trabalho, como a criação do MicroEmpreendedor Individual (MEI), é vista por Saboia como uma alternativa para trazer maior segurança aos trabalhadores informais, mas ele alerta que a regulamentação do setor precisa ser mais eficaz.
Por outro lado, Renato Meirelles, fundador do Data Favela, aponta que a informalidade é mais comum entre moradores de áreas periféricas. Ele destacou que a busca por mais autonomia, especialmente em relação à jornada de trabalho, tem sido crescente. Segundo pesquisa do Data Favela, 67% dos entrevistados acreditam que o fim da jornada 6x1 permitiria mais tempo para lazer e para estar com a família. “O brasileiro da periferia quer ser dono do seu relógio, poder assistir a um jogo de futebol em paz no fim de semana, levar os filhos para passear sem pressa, viver além de simplesmente trabalhar”, afirmou Meirelles.
Este cenário demonstra um retrato da complexidade do mercado de trabalho brasileiro, onde a diminuição do desemprego não necessariamente reflete uma melhora nas condições de trabalho, especialmente para as classes mais baixas e as regiões periféricas. A informalidade, embora vista por muitos como uma solução temporária, continua sendo um desafio para a construção de um mercado de trabalho mais justo e equilibrado.
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