Relatório do Fogo Cruzado revela mil mortes em ações policiais na capital e RMS em 2 anos

Nos últimos dois anos, pelo menos mil pessoas morreram devido a ações policiais em Salvador e na região metropolitana, conforme dados do Instituto Fogo Cruzado divulgados nesta quarta-feira (7). Entre julho de 2022 e agosto de 2024, foram registradas cerca de 40 mortes por mês, com Salvador liderando o número de vítimas com 775 mortes, seguida por Camaçari com 54 óbitos.

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) não comentou os números, mas destacou que as operações integradas reduziram em 6% as mortes violentas em 2023 e em 13% nos primeiros seis meses de 2024. A SSP-BA também mencionou investimentos em novos efetivos, capacitação e tecnologia para fortalecer a segurança.

A milésima morte registrada ocorreu em 2 de agosto e ganhou atenção após uma manifestação em 6 de agosto, quando amigos e familiares de Luiz Felipe Silva Soares, de 18 anos, que foi morto a tiros pela Polícia Militar, protestaram na Avenida Cardeal Avelar Brandão Villela.

Tailane Muniz, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado, afirmou que os altos índices de letalidade policial na Bahia são um sinal de alerta e criticou a abordagem atual da segurança pública. Ela pediu uma mudança para políticas mais eficientes e baseadas em evidências.

Dos mortos em ações policiais, apenas 0,5% eram agentes de segurança. Entre as vítimas, houve um motorista de aplicativo, um vendedor ambulante e um motoboy. A maioria das vítimas eram adultos, mas também houve uma criança, 11 adolescentes e três idosos. Além disso, ocorreram nove vítimas de balas perdidas e 202 mortes em chacinas policiais.

Distribuição dos mortos por município da Grande Salvador:

Salvador: 775

Camaçari: 54

Lauro de Freitas: 49

Simões Filho: 40

Candeias: 24

Vera Cruz: 21

Dias D'Ávila: 13

São Francisco do Conde: 8

Mata de São João: 9

Itaparica: 2

Pojuca: 2

São Sebastião do Passé: 2

Madre de Deus: 1

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