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Adolescente cria aplicativo para mapear casos de assédio sexual no Brasil

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Adolescente cria aplicativo para mapear casos de assédio sexual no Brasil

Por Pesquisa Web

“Sai pra lá” foi criado pela estudante Catharina Doria, de 17 anos

 

Em meio a relatos de primeiros assédios sexuais e debates feministas nas redes sociais, surge uma nova iniciativa no meio digital em prol das mulheres. Trata-se do aplicativo “Sai pra lá”, criado pela estudante paulista Catharina Doria, de 17 anos. A proposta é mapear casos de assédio sexual pelo país.

— Queremos definir as zonas em que há mais casos de assédio e dar luz a eles, pois nem sempre são divulgados. É preciso mostrar que ocorrem diariamente, com muita frequência. Acho que lancei o aplicativo no momento certo, em que ocorrem debates sobre a posição da mulher na sociedade. É muito importante discutir essas questões. E as tecnologias ajudam a combater o problema de uma forma diferente — defende. 

O aplicativo funciona da seguinte forma: na tela inicial, há a opção “fui assediada!”. Ao clicar em cima, a usuária é redirecionada para uma nova tela, onde marcará o endereço onde ocorreu o assédio. Em seguida, deverá especificar o horário em que ocorreu - manhã, tarde, noite ou madrugada - e o tipo - sonoro, verbal, físico ou outros. Ao fim do processo, volta-se à tela inicial, onde ficam expostos os pontos onde outras mulheres registraram assédios. Tudo isso sem, necessariamente, a usuária precisar se identificar. Catharina conta que a ideia de criar o aplicativo surgiu há quatro meses, após ter sofrido um assédio na rua.

— Ele falou coisas horríveis para mim. Queria responder, mas achei melhor não. Já estava cansada de ser assediada e não fazer nada, apenas deixar para lá e ficar quieta. Foi aí que surgiu a ideia de criar o “Sai pra lá”— explica.

Para financiar o aplicativo - feito em parceria com uma designer e um desenvolvedor, ambos amigos da jovem - a estudante teve que abrir mão da viagem de formatura do ensino médio, que seria realizada no ano que vem. A atitude surpreendeu a mãe da jovem, a empresária Silvia Brener.

— Fiquei surpresa. Perguntei se ela tinha certeza disso, e ela disse que sim. Como poderia negar o pedido? Ela fez com muito coração, se envolveu muito. Realmente acreditou no projeto. Espero que sensibilize muita gente. Estou muito orgulhosa — diz a mãe.

Após meses de muito trabalho, a ferramenta foi finalmente lançada na terça-feira, para Android e iOS. A repercussão foi muito positiva: em apenas um dia, a página no Facebook do “Sai pra lá” já acumulava mais de 4 mil curtidas.

Segundo a estudante, um dos seus objetivos para o futuro é levar o mapa de assédios até os órgãos competentes para que sejam tomadas medidas de prevenção contra assédios.

 

 

Usuária deve especificar o tipo de assédio sofrido.

 

 

 

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