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Rui determina "apuração rigorosa" de denúncia feita por jornalista

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Rui determina "apuração rigorosa" de denúncia feita por jornalista

Por: Sites da Web

 

 

O governador Rui Costa se posicionou na tarde desse domingo (5) sobre a acusação feita pelo jornalista Marivaldo Filho a policiais militares, que o teriam agredido após ele tentar filmar uma ação truculenta contra um colega, no bairro do Bonfim. O caso aconteceu na noite do sábado (5), quando o jornalista saia de uma festa, e foi denunciado por ele em um texto publicado no Facebook.


Também através da rede social, Rui Costa disse que determinou ao "secretário de Segurança, Maurício Barbosa, e ao comandante da PM, coronel Anselmo Brandão, a apuração rigorosa dos acontecimentos". Na publicação, Rui também destacou que o governo "atuará sempre para assegurar que a democracia seja vivida de forma plena, garantindo a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, o direito de o jornalista exercer sua profissão mediante qualquer situação. Não permitiremos em nosso estado intimidações, constrangimento e nenhum tipo de violência contra o profissional ou contra o cidadão que denuncie ato ilícito".


A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), Marjorie Moura, classificou o caso como um absurdo e afirmou que o que aconteceu não deixa de ser uma agressão à liberdade de expressão, "quer ele estivesse no exercício da profissão, quer estivesse sendo cidadão".  De acordo  com ela, a situação passa dos limites. "É comum jornalistas relatarem serem vítimas de ameaças de PMs. É algo que a gente inclusive tem discutido com o comando da PM", explicou. O Sinjorba já se colocou à disposição do jornalista Marivaldo Filho e deverá acompanhá-lo até a Corregedoria da Polícia Militar, nesta segunda-feira (6). Em nota, a Polícia Militar informou que até o final da tarde deste domingo (5), não havia "registro formal nos órgãos correcionais da Corporação sobre o fato relatado" pelo jornalista em rede social. Ainda de acordo corporação, as circunstâncias do ocorrido serão apuradas, e caso haja a confirmação do relatado, a PM irá aplicar as medidas previstas em lei.


Denúncia
Editor de política do site Bocão News, Marivaldo afirmou que a situação aconteceu quando ele  decidiu registrar, através da câmera do celular, a agressão física sofrida por um colega após este ter colocado um copo de cerveja em cima do carro de um PM que estava à paisana, mas acompanhado do grupo fardado que conduziu a agressão.


"Na saída [da festa], presenciei agressões covardes de policiais militares a um amigo somente porque ele tinha colocado um copo de cerveja em cima do carro de um dos policiais que estava sem farda. Além de procurar desentendimento por um motivo tão banal , foi "auxiliado" pelos outros, fardados, que espancaram o rapaz sem nenhum motivo. Indignado com o que vi, resolvi tirar uma foto da viatura", contou em um texto publicado no Facebook, no final da manhã deste domingo (5).


Ao perceber que a situação era registrada, um dos policiais o questionou sobre o que estava fazendo. "[Ele] Gritou e mandou eu apagar a foto. Respondi que não apagaria porque não tinha feito nada de errado. Ele perguntou se eu era advogado do rapaz agredido. Respondi que era jornalista. Foi a senha para o terror começar".


Segundo Marivaldo Filho, os policiais lhe deram voz de prisão por desacato e desobediência e, em seguida, desferiram diversos socos na cabeça antes de ser "colocado na viatura da forma mais agressiva que vocês possam imaginar". "Já atordoado, o policial devolveu meu celular para que desbloqueasse e ele pudesse apagar a bendita foto. Por ter tomado muitos socos, não conseguia acertar a minha senha, completamente baqueado com os murros", lembrou. Ainda de acordo com Marivaldo, por não ter acertado colocar a senha no celular, um dos policiais pegou um objeto na rua, parecido com uma pedra, e acertou contra a cabeça dele; o ferimento, resultou em uma sutura com oito pontos.


"Depois de, enfim, conseguir colocar a minha senha e dar o celular para ele apagar a foto, fui algemado e colocado na viatura. Fui conduzido de forma desumana à UPA do bairro de Roma e, apesar de passar a vergonha de entrar na unidade algemado e agredido porque resolvi registrar a brutalidade dos PMs, fui muito bem atendido. De lá fui encaminhado à Central de Flagrantes e só saí de lá às 5h20. Fui confortado pelo olhar acolhedor da delegada e pensei: 'existem os bons! Existem os policiais de bem'", escreveu.


Mesmo se dizendo "destruído" com a situação, Marivaldo diz que vai levar o caso até as "últimas consequências" e que espera uma resposta do Estado. "Fiz exame de corpo de delito e amanhã vou à Corregedoria. Continuarei lutando contra o que é injusto. O que aconteceu comigo não é um fato isolado. Acontece aos montes nos bairros pobres e continuam invisíveis", afirmou.
 

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