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Salvador
Por: Pesquisa Web
Shopping centers ficaram esvaziados após cobrança por vagas em estacionamento.
Alarmados com a queda brusca no movimento desde o início da cobrança dos estacionamentos, os lojistas de shopping centers de Salvador já começaram a lançar promoções para pagar as vagas dos clientes e amenizar os prejuízos. A maioria, entretanto, espera que os donos dos centros comerciais criem mecanismos de fidelidade, com compensação ou desconto, que possam reverter as perdas de quem tem loja no local: queda de, em média, 15% nas vendas, já incidentes sobre a retração média de 30% nos negócios do setor, por conta da crise econômica.
Os dados são da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), que alerta que a queda no movimento chega a mais de 50% em alguns centros comerciais. Para discutir medidas que possam abrandar o efeito negativo, a entidade deve agendar uma reunião, até o final desta semana, com lojistas e administradoras do shopping. Segundo o presidente da entidade, Carlos Andrade, as queixas dos comerciantes são ainda maiores por parte dos donos de franquias nas praças de alimentação.
Quebra de contrato
"Os donos das lojas se questionam porque a medida, que foi adiada por anos na cidade à espera de uma decisão judicial, acabou sendo adotada justamente num momento já tão sofrível para o comércio", diz Andrade. No Shopping Paralela, a Associação dos Lojistas (Alospa) já decidiu: vai ingressar na Justiça contra o shopping, "alegando quebra de contrato e propaganda enganosa, exigindo indenização pelos prejuízos". A informação é do presidente da entidade, Geraldo Caymmi. Na loja dele, a queda nas vendas foi de 40% desde o dia 22 de junho, quando começou a cobrança pelas vagas. "Quero indenização", diz.
A situação não é diferente nos demais shoppings, levando algumas lojas a oferecer o estacionamento para o cliente, no sentido de amenizar os impactos negativos. É o caso da Limits, de moda masculina: com lojas no Salvador Shopping e no Shopping Barra, a empresária Du Botelho não teve dúvidas sobre a necessidade de lançar uma promoção que atraísse novamente os consumidores para as lojas: "O estacionamento será grátis nas duas primeiras horas, através de compras acima de
R$ 200 na loja".
Du é a favor da cobrança do estacionamento, mas acredita que os shoppings deveriam ter criado mecanismos de compensação, como ela fez, para o cliente que realmente vai comprar no shopping.
Desemprego
Diante da queda nas vendas, Du conta que foi obrigada a dispensar um funcionário que ela havia contratado como extra para o período de junho e julho. "Ficamos com a funcionária somente no mês passado, porque a medida foi tomada justamente no período das festas juninas, onde apostávamos num sobrefôlego para a crise, e acabou que notamos que não precisamos mais de reforço com a queda no movimento", contou.
De acordo com o presidente da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), Carlos Andrade, o objetivo da reunião com os donos dos shoppings é buscar uma solução que leve em consideração as necessidades de melhores resultados nos negócios para ambos os lados. "A Fecomércio está propondo a busca de um consenso depois das muitas queixas que recebemos dos prejuízos para os lojistas depois da entrada em vigor da medida", informa Andrade.
Prejuízo indireto
O economista Edísio Freire, especialista em finanças, acredita que a questão tem justamente dois pontos de vista: "Antes, havia, sim, um prejuízo indireto para os próprios lojistas com muita gente que frequentava o shopping sem o menor compromisso em fazer compras ou usavam o estacionamento para outros fins, até viajando por dias, sem sequer entrar em uma loja", frisou. "Agora, só vai ao shopping quem, efetivamente, tem intenção de comprar ou obter algum serviço".
O outro ponto de vista, segundo o economista, foi a infelicidade em adotar a medida, "com valores caros", em plena crise já enfrentada tanto pelos consumidores, quanto pelos lojistas. "Mais do que precipitado, foi inoportuno", resumiu. Freire é a favor da cobrança, mas considera os valores cobrados altos (em média R$ 6 por duas horas), "diante do cenário econômico adverso". Informações do A Tarde.
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